O roteiro da TAM Nas Nuvens completa-se com a Conserveira de Lisboa, a Chapelaria Azevedo Rua, a Caza das Vellas Loreto, a Luvaria Ulisses, a Ourivesaria Sarmento, a Correaria Victorino de Souza, A Brasileira, o Nicola, a Leitaria Camponeza, a barbearia Campos e as Retrosarias da Rua da Conceição. Mais do que lojas, são monumentos, que não nos cansamos de redescobrir. Sem elas, Lisboa não teria o mesmo encanto...
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Chapelaria Azevedo Rua. Foi inaugurada em 1886 por Manuel Aquino D'Azevedo Rua, um antigo vinicultor que se mudou para Lisboa. Dizem que o rei D. Carlos, o duque de Bragança e Fernando Pessoa eram clientes da casa - o clássico chapéu do escritor, aliás, tornou-se um dos campeões de venda, feito em feltro e com as abas largas. É Possível escolher entre mais de 250 modelos e ainda encomendar um sob medida. Plumas, rendas e laços para um evento especial? Eis o endereço certo. "Não há outro sítio como este", gaba-se Graça Fonseca, neta do fundador. Praça D. Pedro IV, 72-73, 351/213-427-511.
Caza de Vellas Loreto. Corria o ano de 1789 e as apresentações no festejado Teatro São Carlos andavam a mil. Não havia energia elétrica, claro, e as peças eram inicialmente iluminadas por candeeiros de gordura, que deixavam um cheiro horrível no ar. Foi então que, junto com cantores italianos, veio a técnica das velas de cera de abelha, e não demorou até que uma família portuguesa assimilasse a novidade e abrisse esta loja nos arredores do teatro. Exatos 221 anos depois, tudo segue como naqueles áureos tempos: desde os ambientes recheados de madeira, com o mesmo relógio redondo, até às técnicas de fabricação das velas, totalmente artesanais. Rua do Loreto, 53-55, 351/213-425-387.
Luvaria Ulisses. Entre a FNAC, a H&M e outras grifes internacionais que se espalham pela Rua do carmo, no coração do Chiado, a portinha do número 87A segue intacta desde 1925. Ali, por trás da fachada neoclássica e entre móveis de tempos do império, sobrevive a última loja de Lisboa especializada em um único produto: luvas artesanais, feitas sob medida. O processo é todo como antigamente e inclui uma almofadinha para os cotovelos na hora de experimentar e tirar os moldes. Alguns modelos existem desde que a loja abriu as portas - é o caso do nº17, feito em pelica, com uma pequena abertura lateral e dois delicados botõezinhos para rematar. Rua do Carmo, 87A, 351/213-420-295.
Ourivesaria Sarmento. Inaugurada em 1870 na esquina da Rua do Ouro com a Rua de Santa Justa, a joalheria mal imaginava que, nos anos seguintes ficaria aos pés de um dos mais famosos cartões-postais de Lisboa: o elevador de Santa Justa, projectado por um dos aprendizes de Gustavo Eiffel (o mesmo da torre de Paris), que só seria inaugurado em 1902. Fez fama com as tradicionais baixelas de prata e as joias em filigrana, tipicamente portuguesas. Rua Áurea, 251, 351/213-426-774.
Correaria Victorino de Souza. A casa é de uma época em que as actividades comerciais mais comuns ainda davam nome às ruas da capital portuguesa. Hoje, é a única do gênero na Rua dos Correeiros - e, na verdade, na cidade toda. Sua especialidade? Correias, arreios e selas para animais. Inaugurada no final do século 19, quando os animais eram a base do transporte no país, fabrica à mão até hoje e vende produtos como naqueles velhos tempos, embora boa parte deles faça parte de uma colecção dos donos e esteja ali em exposição. Rua dos Correiros, 200-202, 351/213-427-458.
Cafés com História. A brasileira, com a estátua de Fernando pessoa logo em frente, já é praticamente uma atração turística de Lisboa, inaugurado em 1905. Mas há outros tantos cafés imperdíveis, como o Nicola, do século 18, e a menos conhecida Leitaria Camponeza, que até aos anos 1980 ainda vendia leite fresco aos clientes. A Brasileira: Rua Garrett, 120, 351/213-469-541; Nicola: Praça D. Pedro IV, 24-25, 351/213-460-579; Leitaria Camponeza: Rua dos Sapateiros, 155-157, 351/919-060-843.
Armarinhos da Rua da Conceição. Esta ruazinha da Baixa ainda guarda na memória os tempos em que as clientes faziam filas esperando as lojas abrirem suas portas. Isso a partir dos anos 1880.... Ainda que hoje as linhas para ponto cruz estejam, digamos, em desuso, o universo de milhares de pequenas gavetas e caixinhas recheadas de agulhas, rendas, fitas e botões de todas as cores e tamanhos é uma deliciosa volta ao passado. Retrosaria JR da Silva: Rua da Conceição, 93-95, 351-213-462-412; Alexandre Brito: Rua da Conceição, 67-69, 351/213-428-613.
Barbearia Campos. A placa do lado de fora já denuncia a idade. Nela está escrito "cabelleireiro", assim mesmo com dois eles. Mas a barbearia é ainda mais antiga do que se pode imaginar. Inaugurada em 1888, conta-se que era frequentada pelos escritores Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão. As cadeiras são de ferro pesado e encosto redondo, e o balcão é enfeitado com tijelas e pincéis seculares. Largo do Chiado, 4, 351/213-428-476."
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