quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

"The most beautiful packaging"



Que Portugal tem "the most beautiful packaging" já nós sabiamos (aliás, até foi por isso mesmo que A Vida Portuguesa nasceu) mas não deixa de ser simpático ter a confirmação, em várias línguas:

"I’ve already proved to you that Portugal has the most beautiful packaging, and this is yet another example: O Melhor shaving cream, after shave and soap by Confiança, a company founded in Braga in 1894.  Available here."

"Handmade Emílio Braga Notebook, with a cover made from vintage Portuguese wall paper and named after the founder of one of Lisbon’s best stationary shops which is now over a century old.  Available here."
E a loja do Chiado está incluída no "ultimate guide to Lisbon" do estiloso Au Pays des Merveilles. "Authentic portuguese products in a beautiful shop". Merci!




quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

"Mantas de ontem feitas hoje"



"Há muitas boas razões para ir a Reguengos. Uma delas é a Fábrica Alentejana de Lanifícios, mais conhecida como a Fábrica das Mantas, onde ainda se podem ver antigos teares de madeira manobrados por mulheres que fazem mantas tradicionais de lã merino com padrões que remontam aos mouros. Monsaraz chegou a ter quatro fábricas destas com mais de 20 pessoas cada. Agora são apenas quatro mulheres mas vale a pena ficar à conversa com a proprietária Mizette Nielsen, de passaporte holandês, alma alentejana e 72 anos de uma vida de aventuras. 

Ela e o ex-marido, Gil Kaalisvart, são um ex-líbris de Monsaraz. Antes de os conhecer é certo que já se ouviu, num café ou numa loja, que Mizette criou a primeira agência de modelos, em Lisboa, a Juno, nos anos 60, e foi das primeiras mulheres a usar calças e minissaia. Ou que o ex-marido Gil, escultor, veio para Portugal num veleiro holandês e os dois se apaixonaram um pelo outro e pelo Alentejo.

Mizette gosta da história das mantas, de como passaram das costas dos pastores para a cobertura das camas e se converteram em tapetes. "Sabia que cada rebanho tinha um soar próprio nos sinos dos animais e cada ovelha um tinir único para o pastor conseguir identificar cada uma pelo som?", interroga com um sotaque cerrado.

A manobrar o tear encontramos Fátima. Está há 12 anos na fábrica e conhece o tear como a palma das mãos. Com gestos certos empurra a queixa e carrega nos pedais para fazer passar o pente com os fios para um lado e para o outro. Dantes era trabalho de homens mas agora são elas que conduzem os fios da trama."

AZ-ZAIT, a revista da casa do Azeite, à descoberta de Monsaraz.
As mantas alentejanas estão disponíveis e podem ser encomendadas na nossa loja online.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Moda ao mar!


Há marcas assim, que se estabelecem lá fora antes de serem conhecidas cá dentro, e a La Paz já vendia em Nova Iorque antes de ter a sua estreia nacional nos cabides da mais espaçosa Vida Portuguesa do Intendente. No Verão passado, fizemo-nos à estrada numa viagem de prospecção de novidades para juntar ao elenco da excelência feita em português e acabámos a bater à porta de André Teixeira e José Miguel de Abreu, inspirada dupla de designers que, em 2011, criou a marca.

Que, não sendo centenária como tantas que agraciam as nossas prateleiras, não podia ter mais a ver com o nosso espírito de "antigos, genuínos e deliciosos produtos de criação portuguesa". Porque é um caso de sucesso da re-invenção da tradição, que pôs os olhos no Atlântico e no estilo intemporal de pescadores e marinheiros. E se inspirou nos trajes tradicionais, da camisa da Nazaré ao capote alentejano, para criar as primeiras colecções - que marcam presença das páginas das revistas de tendências internacionais aos desfiles das capitais de moda internacionais.

Mundo fora, a La Paz vai-se afirmando como sinónimo de bom gosto, de atenção ao pormenor e de bem fazer à mão. E como roupa de homem tão bem feita que até as mulheres cobiçam. E não se coíbem de usar. A prova de que, as coisas são tão bem feitas, não há limitação de género (ou outra) que lhes valha.

Helen Harper para a Revista Seventeen
Nazaré 1962

La Paz em todas as línguas


"With Portugal being the go-to place for most European based labels when putting together their collections, it’s no surprise that native Portuguese brand La Paz make some bloody lovely stuff.

To emphasise this point here’s my favourite picks from their A/W13 look-book, with the bold move of creating an Edwardian style cape winning them a handsome cab load of extra cojones points from the UK judges over here at Proper.

Their characteristic nautical vibes and tasteful choice of colours also combine to make a group of clothes that makes me want a holiday in Portugal as much as a wardrobe reshuffle."

Propermag


"PORT OF CALL. In a lot of ways José Miguel de Abreu and André Bastos Teixeira's brand-new menswear label La Paz is a love letter to their native country. "We want our clothes to represent Portugal. You can make nice things here that have international appeal-just like Portuguese wine" Teixeira explains.

Launching with their fall '12 collection, La paz ("the peace in Portuguese) is a collection of easy-to-wear basics (think chunky cardigans, quilted wool coats, heavyweight T-shirts) tied to Portugal - from the man who hand-made their lace-up leather boots in the riverside town of Amarante to the flannel shirts modeled after fishermen in the Algarve.

But Go-Portugal! enthusiasm aside, the duo insist that their focus is to make good-looking, quality pieces with quirky details that add a sense of discovery to each garment, like double-layer elbow and shoulder patches with contrast knitting on sweaters, tea-dyed drawstrings on hoodies, or hidden buttons under the collars of oxford shirts. Because of these two, it doesn't need to be more complicated than that. We're not attached to trends" Abreu adds. "We just want to make clothes that can be worn by everyone - from young hipsters to my dad." CN LAPAZ.PT"

Nylon Guys


"Née de la passion pour les voyages, les vêtements et l’artisanat en provenance des quatre coins du monde, LAPAZ est certainement la marque portugaise la plus intéressante du moment. En s’inspirant de la longue tradition maritime du pays, cette toute jeune griffe puisse dans le style vestimentaire des pêcheurs et des marins locaux pour en extraire sa substantifique moelle. (...)

Véritable faire-valoir de l’héritage portugais, la ligne de vêtements pour cette saison hivernale 12/13 se veut chic tout en restant dans une gamme de prix abordables. On y trouve des pièces avec une touche classique, sans prétention, mais présentant une grande attention du détail et des matériaux de qualité. (...)

Nous sommes certains que LAPAZ part avec de sérieux atouts à la conquête du milieu de la mode, et nous espérons qu’elle saura garder ses codes et son authenticité. Pour info, la future collection estivale réserve de très belles pièces, mais nous en reparlerons en temps voulu…"

La Riche du Renard

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Da "Melcata" para o mundo



Não só é um dos últimos refúgios do lince ibérico, mas na Serra da Malcata também há uma equipa de 15 pessoas, encabeçada por Rita e Frederico Horgan, que já foi agraciada com prémios e distinções várias, exporta de Penamacor para o mundo e traz até nós alguns dos mais distintos méis (sim, é assim mesmo, o plural de mel) nacionais. E se ninguém nega o portento de qualidades terapêuticas que é esta dádiva da colmeia, também importa destrinçar entre as potencialidades mais adequadas a cada mazela, consoante as propriedades das flores onde as laborosas abelhas vão buscar o pólen.


Sabia que o mel de urze faz maravilhas pela regeneração das células da pele?Como o de rosmaninho pode ser um aliado importante contra a insónia, o de eucalipto é particularmente eficaz a combater as infecções da garganta e a geleia real especialmente útil na prevenção do cancro da mama?

E se as crianças lá de casa têm tendência para a hiperactividade, experimente juntar ao copo de leite antes de deitar uma colherzinha de mel de laranjeira, famoso pelas propriedades calmantes e por combater os estados de ansiedade. Vai ver que toda a família agradece.

Para os indecisos sobre o mais agradável ao paladar ou os curiosos em saber mais sobre a temática, A Vida Portuguesa do Intendente e a Serramel organizam hoje, amanhã e domingo, entre as 16h00 e as 19h00, uma Prova de Mel, Doces e Tradicionais e Granolas, que também fará as delícias da família inteira. Apareça!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Mel a toda a prova


Corria o redondo ano de 1900 e São Domingos de Benfica era ainda uma campestre zona dos arrebaldes de Lisboa onde Jorge de Almeida Lima se lembrava de explorar as primeiras colmeias. Da Quinta do Lameiro, as laborosas abelhas haveriam de passar, pela mão dos trinetos do fundador, já no revolucionário ano de 1974, para a Serra da Malcata, concelho de Penamacor. E não surpreende que, de uma reserva de mais de vinte hectares, onde a natureza se mantém intacta e admirável, riquíssima em flores silvestres, urzes e rosmaninho, saísse um mel de excelência. Ou melhor, não só um mais vários. Dezassete variedades dele, mais precisamente, do "Mel de Portugal" à "Melada de Carvalho", passando pelo "Mel de Queiró e Rosmaninho da Serra da Malcata", o "Mel de Eucalipto da Beira Litoral" ou o "Mel Cremoso de Flores de Laranjeira".

Em comum, o facto de serem comercializados hoje em dia pela Serramel, que os dará a provar amanhã, sexta-feira dia 17 de Janeiro, mas também durante o fim-de-semana, entre as 16h00 e as 19h00. Ou a prova de que o mel nunca amargou. Venha daí!



O nome não engana e a Serramel nunca negou especializar-se em "produtos naturais das abelhas". Mas também não é de estranhar que uma coisa doce puxe por outra coisa doce e que a empresa tenha começado também a distribuir, a partir de 2004, compotas de fruta com o selo "Beirabraga". E olhar para o catálogo só traz a dificuldade em escolher entre o Doce de Medronho, o de Maçã e Castanha, o de Tomate Verde, Ginja ou Mirtilo - para mencionar apenas alguns menos convencionais. Todos confeccionados aliando as técnicas modernas aos processos tradicionais, tendo como ponto de partida a melhor fruta que o território nacional produz. E que, portanto, não podia faltar nas nossas prateleiras.


 A prova de que uma alimentação saudável pode ser tão ou mais deliciosa vem dentro de um pacote que também é um pequeno-almoço nutritivo para toda a família. Mas que ainda serve como sobremesa, lanche e pode ser usada em sobremesas várias, perfeita com iogurte, gelado ou frutas frescas. Não tem grande segredo. A Serramel prepara com esmero flocos de aveia integrais, amêndoas, sementes, envolvidos em mel e levemente tostados, disponíveis nesta mistura mais convencional, mas também em variação Tropical (com banana, ananás e côco) ou com os nossos nativos maçã, pêssego e morango. É uma Granola Portuguesa, com certeza!

Para degustação amanhã entre as 16h00 e as 19h00.
N' A Vida Portuguesa
Largo do Intendente Pina Manique 23
1100-285 Lisboa

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A vida azeiteira



Quis contar a história de um país através dos seus produtos de consumo e criou um conceito que se tornou moda, fez nascer produtos, redinamizou fábricas praticamente desactivadas e deu um novo fulgor a alguns centros de artesanato. Porque a vida (portuguesa e não só) tem destas coisas.

Catarina Portas acaba de inaugurar a sua segunda loja em Lisboa. Fica no Largo do Intendente, nos antigos armazéns da histórica fábrica Viúva Lamego. O novo espaço de A Vida Portuguesa encerra um espólio de azulejos que vão do século XIX aos anos 50. Memórias que Catarina deixou nas paredes e espera que seja um do espaços mais bonitos da cidade.

Pouco antes da entrevista Catarina vivia a azáfama dos últimos retoques e observámos um momento-chave: estavam a pendurar o letreiro "A Vida Portuguesa". Lindíssimo, em ferro negro e ladeado por duas andorinhas, o símbolo da marca. Conversámos no terraço da Casa Independente e ao sabor de um prato de azeitonas. Catarina foi confidenciando a sua paixão pelos arquivos das fábricas e o desafio de poder contar a história de um país através dos seus produtos de consumo. "Pareceu-me uma perspectiva original e complementar". Não só contou a história como deu uma nova vida a todos aqueles produtos que pareciam relegados ao esquecimento nas prateleiras das drogarias e na memória dos portugueses. Tirou-lhes o pó, deu cor ao amarelecido gasto das embalagens e rejuvenesceu-os. Foi com entusiasmo e brilho nos olhos que falou sobre as marcas e embalagens que fazem parte da história e que hoje se multiplicam nas prateleiras das várias lojas de A Vida Portuguesa. Existe uma troca entre Catarina e os clientes "e muitas vezes são eles que nos revelam determinados usos para os produtos. Por exemplo, se tiveres um ferro a vapor e colocares umas gotinhas de lavanda ficarás com uns lençóis maravilhosamente cheirosos e engomados".
Para ela não há nada como um bom desafio. Arriscou com as lojas do Chiado e Clérigos e voltou a arriscar com os Quiosques de Refresco. Também estes 100% portugueses. Já a convidaram para fazer franchisings mas recusou. "Não tenho a obsessão contemporânea de multiplicar a marca. Prefiro elaborar as lojas de forma especial, em espaços históricos, e cada uma com a sua personalidade". O bom gosto é a alma do negócio...

A Vida Portuguesa vai de vento em popa e a prová-lo está a nova loja. Como surgiu a ideia? Já há muito tempo que queria fazer uma nova loja. Um dia soube que os antigos armazéns da Viúva Lamego estavam para alugar, fui ver o espaço e apaixonei-me. Depois demorei muitos meses a decidir porque tive medo. Estávamos em plena crise e ir para o Intendente, uma zona sem qualquer tradição comercial, era um risco, mas se não tivesse um pequeno cheirinho a impossível não seria para mim  (risos).

Tudo começou quando passaste a frequentar drogarias e mercearias em busca do que estava esquecido nas prateleiras? Sim, passava tardes entretida a fazer agrupamentos temáticos e a tentar perceber como poderia juntá-los em caixas. Depois propus negócio a várias pessoas, uma amiga aceitou e decidimos fazer uma experiência. A partir daí comecei a investigar quem os produzia e houve um pequeno tour pelas fábricas.

Há uns anos as pessoas tinham uma certa vergonha dos produtos portugueses e de repente passámos do preconceito ao orgulho. Está na moda gostar do que é nacional. Achas que este facto também se pode relacionar com o trabalho que tens feito? Sim, nestes sete, oito anos, muita coisa mudou. Nunca tivemos uma grande estima pelos nossos produtos. Talvez pelo facto de estarem associados ao nosso passado de pobreza. Por exemplo, nos primeiros anos da sua história a Ach Brito e a Confiança fabricavam sabonetes inteiramente rotulados em francês porque senão os portugueses não compravam. Um dos factores que me moveu neste negócio foi pôr os portugueses a gostarem dos seus próprios produtos (risos).

A Vida Portuguesa já tem produtos próprios? Sim, o que temos vindo a fazer com algumas marcas e que se traduz numa das partes mais divertidas deste trabalho é ir ao arquivo das fábricas e fazer edições especiais ou reedições de produtos. Vendemo-los nas nossas lojas e também fazemos a revenda, como é o caso das andorinhas Bordalo Pinheiro.


São o símbolo da marca? Eu sempre adorei andorinhas e era muito difícil encontrá-las em Lisboa. Comecei a usá-las na altura em que compunha as caixas, apercebendo-me que ficavam sempre bem. Certo dia na Fábrica Bordalo Pinheiro descobri as andorinhas do mestre. Era uma peça que praticamente não faziam e na melhor das hipóteses vendiam 10 por ano. Nós hoje em dia vendemos 10.000.

Passas algum tempo na loja do Chiado. Quando lá estás sentes que ao entrarem os clientes têm uma reacção de saudosismo? As reacções de quem entra na loja pela primeira vez são sempre muito engraçadas, principalmente quando começámos. As pessoas faziam várias perguntas como: "Mas isto é uma loja ou é um museu?"; "Os pacotes têm alguma coisa lá dentro?"; "Olhe, este produto está no prazo de validade?".

A Vida Portuguesa acabou por seguir um conceito de saudade, um sentimento muito nosso e para o qual nem existe tradução. Sem dúvida, e existem fenómenos relacionados com cheiros e sabores a saudade. Lembro-me de um senhor que se sentiu zonzo e até pediu um banco para se sentar quando sentiu o odor a lavanda, dizendo: "É o cheiro do meu avô, de repente voltou tudo." Os produtos funcionam como um gatilho de memórias.

Associas o azeite a alguma memória? Sobretudo à açorda que comia na casa da minha avó em Vila Viçosa, no Alentejo. E ao gaspacho. São caldos muito simples nos quais se vê o brilho do azeite e em que este é determinante.

Como gostas mais de o degustar? Das mais variadas formas, especialmente em saladas. Algo que hoje em dia me enerva muito e que prejudica imenso o paladar do azeite é o uso excessivo do vinagre balsâmico!

Conta-me agora um pouco da história dos Quiosques de Refresco. A lógica foi semelhante à das lojas? Sim. Como não tenho carta, ando muito a pé por Lisboa e comecei a reparar nos quiosques fechados e a pensar numa forma de lhes dar vida. Investiguei a sua história e soube que chegaram a Portugal em 1869 pelas mãos de D. Tomás de Melo Breyner, que trouxe a ideia de Paris. Tanto vendiam jornais como refrescos. Pesquisei as receitas e pareceu-me que muitas faziam sentido nos dias de hoje. Outras eram muito doces e acabei por pedir a Daniel Roldão, proprietário da Fábrica do Rebuçado em Portalegre, que desenvolvesse xaropes engarrafados. O xarope de tangerina é absolutamente fantástico, já para não falar no de chá verde, em que fomos mesmo à Gorreana, em São Miguel prepará-lo.

A maior parte do teu público é estrangeiro ou português? Eu fiz uma loja para portugueses, tendo o cuidado de dispor traduções para inglês nas partes informativas. O facto de a loja ter sido concebida para portugueses é o segredo para que tenha tantos estrangeiros. Os turistas sentem que é uma loja genuína.

Quando cozinhas o azeite é uma arma? Não sei se é uma arma, mas um fortíssimo aliado. Vivi em países onde praticamente não havia azeite. Estive em Goa durante mais de seis meses e era um luxo extraordinário comprar uma lata pequena.

Falando em viagens, passaste algum tempo na Tailândia a ler, outra das tuas grandes paixões. Fala-me dessa experiência. Foi depois de ter feito o meu programa televisivo "O Sofá Vermelho", onde se falava de livros. Terminei o programa e tirei um ano sabático com o objectivo de ir para uma ilha na Tailândia ler. Quando cheguei à ilha carregada com 20 kg de livros e me apercebi de que não havia acesso de automóvel, tive que pagar a uns rapazes para me transportarem os livros. Mas soube-me muito bem passar uns tempos a ler!

Sentes saudades de fazer jornalismo? Por um lado não, nunca fiz nada tão divertido e tão motivador como isto. Dá-me imenso prazer permitir que estas marcas continuem e tenham mais consciência da riqueza do seu passado. Eu vejo o balcão da loja como a trincheira de um exército. Atrás de nós estão as fábricas, os trabalhadores e respectivas famílias. Sei a importância do que é vender este produto ao balcão e a forma como se repercute na vida dessas pessoas. Essa é a maior motivação do mundo.


UMA NOVA VIDA PORTUGUESA NO INTENDENTE
A nova loja, com um espaço de 500m2, desenvolve-se para novas áreas, nomeadamente a de artigos para casa. Para Catarina Portas representa um processo natural pois foi sempre descobrindo mais marcas e apercebeu-se da grande qualidade dos portugueses em produtos como têxteis, louça e cutelaria. A área alimentar é maior, bem como a papelaria, perfumaria, livraria e área infantil. Vende também fogões a lenha, bancos de jardim e tem ainda uma zona de horto com plantas aromáticas. Outra novidade é venderem roupa pela primeira vez. A marca é do Porto e chama-se La Paz. Tudo boas razões para uma visita.

QUANTAS HISTÓRIAS DENTRO DE UMA CAIXA?
Catarina Portas fez nascer a sua paixão de cada produto português que foi encontrando esquecido pelas drogarias. Da Pasta medicinal Couto aos sais de banho da Claus Porto, Catarina percebeu que determinados produtos, quando juntos, poderiam contar uma história. Foi desta ideia que nasceram as caixas que preenchem agora um lugar de destaque n' A Vida Portuguesa.

TRAÇOS DE VIDA
Começou a trabalhar como jornalista aos 18 anos, mas queria era estudar História da Arte e fazer chapelaria de alta-costura. Chegou a fazer chapéus para as Manobras de Maio, peças de teatro e foi convidada por Ana Salazar a fazê-los para as suas colecções. Como perfeccionista que é recusou, pois achava que ainda tinha uma imensidão de coisas para aprender. Na altura o seu irmão Paulo estava a fundar o jornal O Independente e, como sempre gostou muito de ler e de escrever, embarcou nesta aventura. Viveu momentos muito importantes, entre eles o período em que esteve na Marie Claire, onde teve tempo para escrever, investigar e ganhou prémios jornalísticos. Começou depois a sua investigação pelos produtos portugueses de consumo quotidiano. A sua ideia inicial era fazer um livro, mas como não tinha dinheiro para o concretizar, começou a elaborar umas caixas onde agrupava os produtos antigos, para com este negócio poder pagar o livro. Em 2009 Catarina fez parte das 25 personalidades que a revista inglesa Monocle considerou merecerem "um palco maior". Três anos mais tarde a revista organizou um mercado de Natal em Londres e A Vida Portuguesa foi uma das quinze lojas convidadas.

Revista "Az-zait". Janeiro 2014.
Texto Elsa Garcia. Fotos Artur.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A Vida é cool



"Uma casa portuguesa com certeza! Com certeza uma casa portuguesa! Estes versos de Amália podiam ter sido a inspiração de Catarina Portas. Nasce em 2007 uma loja dedicada ao que é português, aos produtos que só de olhar nos lembram a nossa infância e juventude. Dedica este conceito, que é um enorme sucesso, a todos aqueles que não querem perder as origens. Vale a pena dar um salto a qualquer Vida Portuguesa..." 2BSTYLE

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Uma máquina de... sucessos


"Num mercado interno anémico e parado, a Imperial vai cometer a proeza de crescer 10%, o que significa que está a roubar quota à concorrência estrangeira.

O segredo da fábrica de chocolates Imperial consiste numa ágil combinação entre diferentes ingredientes: inovação, flexibilidade, qualidade e o hábil manejar do marketing na relação emocional forte que as suas marcas têm com o consumidor.

O exemplo mais acabado da importância deste último ingrediente é o tremendo sucesso que está a ser o relançamento da máquina de furos da Regina, a mítica marca de chocolates que a Imperial adquiriu em dezembro de 2000 e relançou na Páscoa de 2002, juntando-se no seu portfólio a outras marcas valiosas como a Pintarolas, Allegro, Pantagruel e Jubileu. Após 20 anos desaparecida de confeitarias e quiosques, a caixa de furos da Regina reapareceu há cerca de um mês, estreando-se nas lojas da Vida Portuguesa de Catarina Portas, como é conveniente a um produto vintage, ressuscitado no âmbito de uma estratégia de retromarketing.

As melhores expectativas da Imperial apontavam para que no primeiro ano se fizessem três milhões de furos (a 80 cêntimos cada, dando sempre direito a um chocolate diferente, de acordo com a cor da bola que sai) nas cinco mil máquinas, equipadas com uma cartela recarregável, que planeava distribuir pelo país. Ora sucede que já foram recebidos na Azurara mais de 20 mil pedidos de caixas de furo da Regina, que já vai em 85 mil fãs no Facebook.

“É um fenómeno. Não estávamos preparados para tamanha procura”, diz Manuela Tavares de Sousa, a presidente executiva da Imperial, onde trabalha há 24 anos, desde que acabou o curso de Engenharia na Universidade do Porto.

Até nova ordem, a previsão de furos para 2014 subiu para 11 milhões, pelo que não espanta que as máquinas e os 170 empregados da fábrica de chocolates estejam a trabalhar a todo o vapor, 24 horas por dia, em três turnos, sem ligar aos fins de semana, até porque estamos num dos dois picos (o Natal) e a um trimestre do outro (a Páscoa), que representam, em partes iguais, 70% das vendas em Portugal."

in Dinheiro Vivo

Foto do blogue Diário de Lisboa.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Ano novo, Borda d'Água novo


Sabia que... Mercúrio vai reger o ano de 2014? E que deve, por isso, vigiar por isso o consumo de frutos vermelhos? Que o inverno será áspero mas pouco frio? E que os bébés nascidos este ano "terão estrutura mediana com olhos pequenos e atrativos, testa larga e alta, mãos esbeltas e dedos compridos"? Que o ano irá sorrir aos amantes das artes? Tudo isto e muito mais, no "reportório útil para toda a gente" do Borda d'Água 2014- disponível na loja online.


Por trás de uma grande publicação está sempre uma grande mulher. Narcisa Fernandes, desde os 14 anos a trabalhar no Borda d'Água:


"Publicado desde 1929, o almanaque ainda é impresso numa tipografia tradicional na Rua da Alegria, em Lisboa. Chegou a vender 350 mil exemplares num ano, agora ainda vende 280 mil. Falar do Borda d’Água é falar da tradição e do mundo rural, mas também das hortas de varanda nas cidades e dos jovens agricultores que hoje o compram." Texto de Raquel Albuquerque, fotografia e vídeo de Joana Bourgard, jornal Público.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Uma jóia de corvo


"Ganharam asas e, apesar de serem pesados como ouro (ou quase, que a cor dourada também pesa alguma coisa), os Corvos dos Prémios Time Out 2013 saíram do ninho da sua revista-mãe e encontraram novo lar junto dos vencedores deste ano. (...) O que foi fazer o ninho na Vida Portuguesa do Intendente não fez por menos - em vez de se meter no meio de sabonetes ou chocolates Regina, fez-se logo à montra das jóias."

Time Out Lisboa
1 de Janeiro 2014

E o corvo de ouro vai para...

2013 foi um ano árduo e duro, com uma dose acrescida de canseiras e ralações. Mas depois há momentos (e mais, muitos mais, felizmente) como este, que nos fazem perceber que valeu mesmo a pena. Na festa dos prémios Time Out A Vida Portuguesa do Intendente arrebatou o prémio para Loja do Ano. A todos quantos fazem esta e as outras lojas connosco (clientes, fornecedores e amigos) o nosso muito obrigada. E afinal, quem é que quer um Óscar quando pode ter um Corvo de Ouro?