Quis contar a história de um país através dos seus produtos de consumo e criou um conceito que se tornou moda, fez nascer produtos, redinamizou fábricas praticamente desactivadas e deu um novo fulgor a alguns centros de artesanato. Porque a vida (portuguesa e não só) tem destas coisas.
Catarina Portas acaba de inaugurar a sua segunda loja em Lisboa. Fica no Largo do Intendente, nos antigos armazéns da histórica fábrica Viúva Lamego. O novo espaço de A Vida Portuguesa encerra um espólio de azulejos que vão do século XIX aos anos 50. Memórias que Catarina deixou nas paredes e espera que seja um do espaços mais bonitos da cidade.
Pouco antes da entrevista Catarina vivia a azáfama dos últimos retoques e observámos um momento-chave: estavam a pendurar o letreiro "A Vida Portuguesa". Lindíssimo, em ferro negro e ladeado por duas andorinhas, o símbolo da marca. Conversámos no terraço da Casa Independente e ao sabor de um prato de azeitonas. Catarina foi confidenciando a sua paixão pelos arquivos das fábricas e o desafio de poder contar a história de um país através dos seus produtos de consumo. "Pareceu-me uma perspectiva original e complementar". Não só contou a história como deu uma nova vida a todos aqueles produtos que pareciam relegados ao esquecimento nas prateleiras das drogarias e na memória dos portugueses. Tirou-lhes o pó, deu cor ao amarelecido gasto das embalagens e rejuvenesceu-os. Foi com entusiasmo e brilho nos olhos que falou sobre as marcas e embalagens que fazem parte da história e que hoje se multiplicam nas prateleiras das várias lojas de A Vida Portuguesa. Existe uma troca entre Catarina e os clientes "e muitas vezes são eles que nos revelam determinados usos para os produtos. Por exemplo, se tiveres um ferro a vapor e colocares umas gotinhas de lavanda ficarás com uns lençóis maravilhosamente cheirosos e engomados".
Para ela não há nada como um bom desafio. Arriscou com as lojas do Chiado e Clérigos e voltou a arriscar com os Quiosques de Refresco. Também estes 100% portugueses. Já a convidaram para fazer franchisings mas recusou. "Não tenho a obsessão contemporânea de multiplicar a marca. Prefiro elaborar as lojas de forma especial, em espaços históricos, e cada uma com a sua personalidade". O bom gosto é a alma do negócio...
A Vida Portuguesa vai de vento em popa e a prová-lo está a nova loja. Como surgiu a ideia? Já há muito tempo que queria fazer uma nova loja. Um dia soube que os antigos armazéns da Viúva Lamego estavam para alugar, fui ver o espaço e apaixonei-me. Depois demorei muitos meses a decidir porque tive medo. Estávamos em plena crise e ir para o Intendente, uma zona sem qualquer tradição comercial, era um risco, mas se não tivesse um pequeno cheirinho a impossível não seria para mim (risos).
Tudo começou quando passaste a frequentar drogarias e mercearias em busca do que estava esquecido nas prateleiras? Sim, passava tardes entretida a fazer agrupamentos temáticos e a tentar perceber como poderia juntá-los em caixas. Depois propus negócio a várias pessoas, uma amiga aceitou e decidimos fazer uma experiência. A partir daí comecei a investigar quem os produzia e houve um pequeno tour pelas fábricas.
Há uns anos as pessoas tinham uma certa vergonha dos produtos portugueses e de repente passámos do preconceito ao orgulho. Está na moda gostar do que é nacional. Achas que este facto também se pode relacionar com o trabalho que tens feito? Sim, nestes sete, oito anos, muita coisa mudou. Nunca tivemos uma grande estima pelos nossos produtos. Talvez pelo facto de estarem associados ao nosso passado de pobreza. Por exemplo, nos primeiros anos da sua história a Ach Brito e a Confiança fabricavam sabonetes inteiramente rotulados em francês porque senão os portugueses não compravam. Um dos factores que me moveu neste negócio foi pôr os portugueses a gostarem dos seus próprios produtos (risos).
A Vida Portuguesa já tem produtos próprios? Sim, o que temos vindo a fazer com algumas marcas e que se traduz numa das partes mais divertidas deste trabalho é ir ao arquivo das fábricas e fazer edições especiais ou reedições de produtos. Vendemo-los nas nossas lojas e também fazemos a revenda, como é o caso das andorinhas Bordalo Pinheiro.
São o símbolo da marca? Eu sempre adorei andorinhas e era muito difícil encontrá-las em Lisboa. Comecei a usá-las na altura em que compunha as caixas, apercebendo-me que ficavam sempre bem. Certo dia na Fábrica Bordalo Pinheiro descobri as andorinhas do mestre. Era uma peça que praticamente não faziam e na melhor das hipóteses vendiam 10 por ano. Nós hoje em dia vendemos 10.000.
Passas algum tempo na loja do Chiado. Quando lá estás sentes que ao entrarem os clientes têm uma reacção de saudosismo? As reacções de quem entra na loja pela primeira vez são sempre muito engraçadas, principalmente quando começámos. As pessoas faziam várias perguntas como: "Mas isto é uma loja ou é um museu?"; "Os pacotes têm alguma coisa lá dentro?"; "Olhe, este produto está no prazo de validade?".
A Vida Portuguesa acabou por seguir um conceito de saudade, um sentimento muito nosso e para o qual nem existe tradução. Sem dúvida, e existem fenómenos relacionados com cheiros e sabores a saudade. Lembro-me de um senhor que se sentiu zonzo e até pediu um banco para se sentar quando sentiu o odor a lavanda, dizendo: "É o cheiro do meu avô, de repente voltou tudo." Os produtos funcionam como um gatilho de memórias.
Associas o azeite a alguma memória? Sobretudo à açorda que comia na casa da minha avó em Vila Viçosa, no Alentejo. E ao gaspacho. São caldos muito simples nos quais se vê o brilho do azeite e em que este é determinante.
Como gostas mais de o degustar? Das mais variadas formas, especialmente em saladas. Algo que hoje em dia me enerva muito e que prejudica imenso o paladar do azeite é o uso excessivo do vinagre balsâmico!
Conta-me agora um pouco da história dos Quiosques de Refresco. A lógica foi semelhante à das lojas? Sim. Como não tenho carta, ando muito a pé por Lisboa e comecei a reparar nos quiosques fechados e a pensar numa forma de lhes dar vida. Investiguei a sua história e soube que chegaram a Portugal em 1869 pelas mãos de D. Tomás de Melo Breyner, que trouxe a ideia de Paris. Tanto vendiam jornais como refrescos. Pesquisei as receitas e pareceu-me que muitas faziam sentido nos dias de hoje. Outras eram muito doces e acabei por pedir a Daniel Roldão, proprietário da Fábrica do Rebuçado em Portalegre, que desenvolvesse xaropes engarrafados. O xarope de tangerina é absolutamente fantástico, já para não falar no de chá verde, em que fomos mesmo à Gorreana, em São Miguel prepará-lo.
A maior parte do teu público é estrangeiro ou português? Eu fiz uma loja para portugueses, tendo o cuidado de dispor traduções para inglês nas partes informativas. O facto de a loja ter sido concebida para portugueses é o segredo para que tenha tantos estrangeiros. Os turistas sentem que é uma loja genuína.
Quando cozinhas o azeite é uma arma? Não sei se é uma arma, mas um fortíssimo aliado. Vivi em países onde praticamente não havia azeite. Estive em Goa durante mais de seis meses e era um luxo extraordinário comprar uma lata pequena.
Falando em viagens, passaste algum tempo na Tailândia a ler, outra das tuas grandes paixões. Fala-me dessa experiência. Foi depois de ter feito o meu programa televisivo "O Sofá Vermelho", onde se falava de livros. Terminei o programa e tirei um ano sabático com o objectivo de ir para uma ilha na Tailândia ler. Quando cheguei à ilha carregada com 20 kg de livros e me apercebi de que não havia acesso de automóvel, tive que pagar a uns rapazes para me transportarem os livros. Mas soube-me muito bem passar uns tempos a ler!
Catarina Portas acaba de inaugurar a sua segunda loja em Lisboa. Fica no Largo do Intendente, nos antigos armazéns da histórica fábrica Viúva Lamego. O novo espaço de A Vida Portuguesa encerra um espólio de azulejos que vão do século XIX aos anos 50. Memórias que Catarina deixou nas paredes e espera que seja um do espaços mais bonitos da cidade.
Pouco antes da entrevista Catarina vivia a azáfama dos últimos retoques e observámos um momento-chave: estavam a pendurar o letreiro "A Vida Portuguesa". Lindíssimo, em ferro negro e ladeado por duas andorinhas, o símbolo da marca. Conversámos no terraço da Casa Independente e ao sabor de um prato de azeitonas. Catarina foi confidenciando a sua paixão pelos arquivos das fábricas e o desafio de poder contar a história de um país através dos seus produtos de consumo. "Pareceu-me uma perspectiva original e complementar". Não só contou a história como deu uma nova vida a todos aqueles produtos que pareciam relegados ao esquecimento nas prateleiras das drogarias e na memória dos portugueses. Tirou-lhes o pó, deu cor ao amarelecido gasto das embalagens e rejuvenesceu-os. Foi com entusiasmo e brilho nos olhos que falou sobre as marcas e embalagens que fazem parte da história e que hoje se multiplicam nas prateleiras das várias lojas de A Vida Portuguesa. Existe uma troca entre Catarina e os clientes "e muitas vezes são eles que nos revelam determinados usos para os produtos. Por exemplo, se tiveres um ferro a vapor e colocares umas gotinhas de lavanda ficarás com uns lençóis maravilhosamente cheirosos e engomados".
Para ela não há nada como um bom desafio. Arriscou com as lojas do Chiado e Clérigos e voltou a arriscar com os Quiosques de Refresco. Também estes 100% portugueses. Já a convidaram para fazer franchisings mas recusou. "Não tenho a obsessão contemporânea de multiplicar a marca. Prefiro elaborar as lojas de forma especial, em espaços históricos, e cada uma com a sua personalidade". O bom gosto é a alma do negócio...
A Vida Portuguesa vai de vento em popa e a prová-lo está a nova loja. Como surgiu a ideia? Já há muito tempo que queria fazer uma nova loja. Um dia soube que os antigos armazéns da Viúva Lamego estavam para alugar, fui ver o espaço e apaixonei-me. Depois demorei muitos meses a decidir porque tive medo. Estávamos em plena crise e ir para o Intendente, uma zona sem qualquer tradição comercial, era um risco, mas se não tivesse um pequeno cheirinho a impossível não seria para mim (risos).
Tudo começou quando passaste a frequentar drogarias e mercearias em busca do que estava esquecido nas prateleiras? Sim, passava tardes entretida a fazer agrupamentos temáticos e a tentar perceber como poderia juntá-los em caixas. Depois propus negócio a várias pessoas, uma amiga aceitou e decidimos fazer uma experiência. A partir daí comecei a investigar quem os produzia e houve um pequeno tour pelas fábricas.
Há uns anos as pessoas tinham uma certa vergonha dos produtos portugueses e de repente passámos do preconceito ao orgulho. Está na moda gostar do que é nacional. Achas que este facto também se pode relacionar com o trabalho que tens feito? Sim, nestes sete, oito anos, muita coisa mudou. Nunca tivemos uma grande estima pelos nossos produtos. Talvez pelo facto de estarem associados ao nosso passado de pobreza. Por exemplo, nos primeiros anos da sua história a Ach Brito e a Confiança fabricavam sabonetes inteiramente rotulados em francês porque senão os portugueses não compravam. Um dos factores que me moveu neste negócio foi pôr os portugueses a gostarem dos seus próprios produtos (risos).
A Vida Portuguesa já tem produtos próprios? Sim, o que temos vindo a fazer com algumas marcas e que se traduz numa das partes mais divertidas deste trabalho é ir ao arquivo das fábricas e fazer edições especiais ou reedições de produtos. Vendemo-los nas nossas lojas e também fazemos a revenda, como é o caso das andorinhas Bordalo Pinheiro.
São o símbolo da marca? Eu sempre adorei andorinhas e era muito difícil encontrá-las em Lisboa. Comecei a usá-las na altura em que compunha as caixas, apercebendo-me que ficavam sempre bem. Certo dia na Fábrica Bordalo Pinheiro descobri as andorinhas do mestre. Era uma peça que praticamente não faziam e na melhor das hipóteses vendiam 10 por ano. Nós hoje em dia vendemos 10.000.
Passas algum tempo na loja do Chiado. Quando lá estás sentes que ao entrarem os clientes têm uma reacção de saudosismo? As reacções de quem entra na loja pela primeira vez são sempre muito engraçadas, principalmente quando começámos. As pessoas faziam várias perguntas como: "Mas isto é uma loja ou é um museu?"; "Os pacotes têm alguma coisa lá dentro?"; "Olhe, este produto está no prazo de validade?".
A Vida Portuguesa acabou por seguir um conceito de saudade, um sentimento muito nosso e para o qual nem existe tradução. Sem dúvida, e existem fenómenos relacionados com cheiros e sabores a saudade. Lembro-me de um senhor que se sentiu zonzo e até pediu um banco para se sentar quando sentiu o odor a lavanda, dizendo: "É o cheiro do meu avô, de repente voltou tudo." Os produtos funcionam como um gatilho de memórias.
Associas o azeite a alguma memória? Sobretudo à açorda que comia na casa da minha avó em Vila Viçosa, no Alentejo. E ao gaspacho. São caldos muito simples nos quais se vê o brilho do azeite e em que este é determinante.
Como gostas mais de o degustar? Das mais variadas formas, especialmente em saladas. Algo que hoje em dia me enerva muito e que prejudica imenso o paladar do azeite é o uso excessivo do vinagre balsâmico!
Conta-me agora um pouco da história dos Quiosques de Refresco. A lógica foi semelhante à das lojas? Sim. Como não tenho carta, ando muito a pé por Lisboa e comecei a reparar nos quiosques fechados e a pensar numa forma de lhes dar vida. Investiguei a sua história e soube que chegaram a Portugal em 1869 pelas mãos de D. Tomás de Melo Breyner, que trouxe a ideia de Paris. Tanto vendiam jornais como refrescos. Pesquisei as receitas e pareceu-me que muitas faziam sentido nos dias de hoje. Outras eram muito doces e acabei por pedir a Daniel Roldão, proprietário da Fábrica do Rebuçado em Portalegre, que desenvolvesse xaropes engarrafados. O xarope de tangerina é absolutamente fantástico, já para não falar no de chá verde, em que fomos mesmo à Gorreana, em São Miguel prepará-lo.
A maior parte do teu público é estrangeiro ou português? Eu fiz uma loja para portugueses, tendo o cuidado de dispor traduções para inglês nas partes informativas. O facto de a loja ter sido concebida para portugueses é o segredo para que tenha tantos estrangeiros. Os turistas sentem que é uma loja genuína.
Quando cozinhas o azeite é uma arma? Não sei se é uma arma, mas um fortíssimo aliado. Vivi em países onde praticamente não havia azeite. Estive em Goa durante mais de seis meses e era um luxo extraordinário comprar uma lata pequena.
Falando em viagens, passaste algum tempo na Tailândia a ler, outra das tuas grandes paixões. Fala-me dessa experiência. Foi depois de ter feito o meu programa televisivo "O Sofá Vermelho", onde se falava de livros. Terminei o programa e tirei um ano sabático com o objectivo de ir para uma ilha na Tailândia ler. Quando cheguei à ilha carregada com 20 kg de livros e me apercebi de que não havia acesso de automóvel, tive que pagar a uns rapazes para me transportarem os livros. Mas soube-me muito bem passar uns tempos a ler!
Sentes saudades de fazer jornalismo? Por um lado não, nunca fiz nada tão divertido e tão motivador como isto. Dá-me imenso prazer permitir que estas marcas continuem e tenham mais consciência da riqueza do seu passado. Eu vejo o balcão da loja como a trincheira de um exército. Atrás de nós estão as fábricas, os trabalhadores e respectivas famílias. Sei a importância do que é vender este produto ao balcão e a forma como se repercute na vida dessas pessoas. Essa é a maior motivação do mundo.
UMA NOVA VIDA PORTUGUESA NO INTENDENTE
A nova loja, com um espaço de 500m2, desenvolve-se para novas áreas, nomeadamente a de artigos para casa. Para Catarina Portas representa um processo natural pois foi sempre descobrindo mais marcas e apercebeu-se da grande qualidade dos portugueses em produtos como têxteis, louça e cutelaria. A área alimentar é maior, bem como a papelaria, perfumaria, livraria e área infantil. Vende também fogões a lenha, bancos de jardim e tem ainda uma zona de horto com plantas aromáticas. Outra novidade é venderem roupa pela primeira vez. A marca é do Porto e chama-se La Paz. Tudo boas razões para uma visita.
QUANTAS HISTÓRIAS DENTRO DE UMA CAIXA?
Catarina Portas fez nascer a sua paixão de cada produto português que foi encontrando esquecido pelas drogarias. Da Pasta medicinal Couto aos sais de banho da Claus Porto, Catarina percebeu que determinados produtos, quando juntos, poderiam contar uma história. Foi desta ideia que nasceram as caixas que preenchem agora um lugar de destaque n' A Vida Portuguesa.
TRAÇOS DE VIDA
Começou a trabalhar como jornalista aos 18 anos, mas queria era estudar História da Arte e fazer chapelaria de alta-costura. Chegou a fazer chapéus para as Manobras de Maio, peças de teatro e foi convidada por Ana Salazar a fazê-los para as suas colecções. Como perfeccionista que é recusou, pois achava que ainda tinha uma imensidão de coisas para aprender. Na altura o seu irmão Paulo estava a fundar o jornal O Independente e, como sempre gostou muito de ler e de escrever, embarcou nesta aventura. Viveu momentos muito importantes, entre eles o período em que esteve na Marie Claire, onde teve tempo para escrever, investigar e ganhou prémios jornalísticos. Começou depois a sua investigação pelos produtos portugueses de consumo quotidiano. A sua ideia inicial era fazer um livro, mas como não tinha dinheiro para o concretizar, começou a elaborar umas caixas onde agrupava os produtos antigos, para com este negócio poder pagar o livro. Em 2009 Catarina fez parte das 25 personalidades que a revista inglesa Monocle considerou merecerem "um palco maior". Três anos mais tarde a revista organizou um mercado de Natal em Londres e A Vida Portuguesa foi uma das quinze lojas convidadas.
Revista "Az-zait". Janeiro 2014.
Texto Elsa Garcia. Fotos Artur.
Texto Elsa Garcia. Fotos Artur.
2 comentários:
Realmente é uma ideia maravilhosa. Felicito você. Fiquei namorada da projeto. PARABENS. Sou de Argentina.
Realmente é uma ideia maravilhosa. Felicito você. Fiquei namorada da projeto. PARABENS. Sou de Argentina.
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