"Nos anos quarenta, já viúva do meu avô, Armando, Angélica Rosa da Silva assumiu os destinos da lavoura e de Manantiz, o monte principal situado a dez quilómetros de Moura, onde durante alguns anos viveu e criou os filhos. A produção de azeitona era, na altura, tal como hoje, a riqueza da propriedade. O azeite que aqui se apresenta é uma homenagem à minha avó Angélica a quem devo o gosto pelo campo e pelas tradições do Alentejo", explica Gonçalo Rosa da Silva
O processo foi acompanhado de perto pelo amigo Pedro Rolo Duarte: "Há tempos, (o Gonçalo) falou-me com entusiasmo de terras herdadas onde noutros tempos a sua avó produzia azeite. Estudou, investigou, percebeu a lógica das variedades da oliveira que os antigos tinham estudado e plantado para que, na mistura final, o azeite conseguisse o sabor e a acidez desejadas. Azeitona galega, cordovil, verdeal, que proporção, que tempo de maturação? Sonhou então voltar a fazer azeite.
Quando o Gonçalo sonha, se apaixona e envolve num projecto, ninguém o consegue deter. E nos últimos dois anos eu fui ouvindo, a espaços, a evolução desta redobrada paixão: plantar as oliveiras, perceber os tempos da azeitona, procurar a garrafa certa, o lagar que cumpria as exigências. Garantir a colheita no tempo, o transporte, os rótulos, as análises, as provas cegas. Há uns meses, o Gonçalo apareceu-me com uma lindíssima garrafa escura, pose antiga, e um rótulo de design clássico e elegante: Angélica. O azeite que ele sonhou. E concretizou."
A concretização, segundo o rótulo, é "uma mistura equilibrada das variedades Galega, Cordovil e Verdeal, provenientes das antigas oliveiras do monte de Manantiz, sob o regime de protecção integrada na DOP de Moura, obtivemos este azeite de cor dourada, sabor intenso e muito frutado".
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