segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
"Contar a história pelo consumo"
A Rádio Renascença chamou-lhe "uma viagem no tempo". "No coração de Lisboa há uma loja que se dedica a produtos centenários e exclusivamente nacionais." Andou a redescobrir marcas antigas e sempre novas e ouviu Catarina Portas explicar como tudo começou.
"Há sete anos atrás, quando comecei esta ideia, percebi que havia muitos produtos antigos que estavam a desaparecer e pareceu-me que isso nalguns casos era uma grande idiotice, digamos assim, porque não entraram no circuito mais moderno da distribuição, muitos deles não tinham entrado nos hipermercados e como o comércio tradicional estava em grande decadência, muitos deles estavam a desaparecer. Mas eu sempre gostei deles e portanto decidi pegar neles e juntar, no fundo, as marcas antigas portuguesa. E uma das coisas mais importantes para mim foi exactamente pegar num espaço antigo e sobretudo no Chiado porque eu queria provar que é possível fazer uma loja para os dias de hoje não destruindo inteiramente os interiores.
Eu abri esta loja para portugueses, achei que como eu sentia falta destes produtos, outras pessoas podiam sentir o mesmo e sobretudo achei que era preciso comunicar melhor esses produtos. Porque as pessoas de facto deixaram de lhes dar valor, deixaram de saber deles... E por isso é que nós fizemos uma escolha de marcas, por isso é que muitas vezes temos junto aos produtos um bocadinho da história da marca, para as pessoas perceberem que quando estão a comprar um sabonete da Confiança, estão a comprar um sabonete de uma fábrica que tem mais de 110 anos de experiência a fazer sabonetes. Se há alguém que percebe desse negócio, são as pessoas que lá estão. E através dos produtos antigos é possível contar a história de Portugal. A Confiança, por exemplo, fez o sabonete da exposição do mundo português como fez o sabonete Grândola Vila Morena em 1975. É possível contar a história de Portugal pelo consumo." Aqui, a reportagem rádio e respectiva versão vídeo.
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