quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Traz amêndoa no bico


Quando recebemos por estes dias o telefonema de uma jornalista que procurava artigos do Douro que fossem originais e fugissem aos vinhos costumeiros, a Catarina Portas lembrou-se imediatamente destas preciosidades da doçaria nacional.

De Moncorvo (distrito de Bragança) nos chegam as Amêndoas Cobertas, fruto de um trabalho moroso, que requer tanto de perícia como de paciência. Depois de partidas, torradas e peladas, as amêndoas são levadas a um tacho de cobre e envoltas numa calda de açúcar e água, mexidas e remexidas até ficarem no ponto. Nessa altura, que só um olho treinado anos a fio é capaz de reconhecer, são roladas sobre uma rede muito quente.

É desta forma que surgem os "biquinhos" que fazem a graça desta amêndoa (e a tornam ainda mais estaladiça), pronta a receber o nome de "Bicuda Branca". E as "cobrideiras" que se ocupam desta doce arte têm mesmo que usar dedais de metal para evitar queimaduras. O modo de produção, como fica provado, não podia ser mais artesanal. E a receita, não é por nós que há-de deixar de ser secreta.


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