"(...) nem tudo são maravilhas, contrapõe Catarina Portas, 44 anos, a cara de A Vida Portuguesa, loja que nasceu de uma investigação da ex-jornalista e na qual deu nova vida a produtos nacionais que conhecemos há décadas. "Está a decorrer um segundo incêndio silencioso", insiste a agora empresária, desde que se instalou numa transversal à Rua Garrett, em 2007. "Há coisas a fechar de um dia para o outro e marcas a instalarem-se sem qualquer controlo, e é isso que pode fazer a diferença entre um centro comercial e um centro histórico", justifica, numa alusão à riqueza arquitetónica do local, que nem sempre foi mantida.
"As pessoas viajam para ver coisas diferentes, não para encontrar mais do mesmo. Ao menos, que se mantenha o ramo de comércio...", considera, referindo, como caso exemplar, a marca de luxo catalã Tous e a sensibilidade que mostrou na recuperação do espaço da Ourivesaria Aliança. "Olhe, veja a Luvaria Ulisses. Se algum dia passar dificuldades, aquilo faz tanto pela vida da cidade que o turismo devia comprá-la e alugá-la a preços bonificados!" - a câmara de Paris fê-lo, recorda, com algumas lojas do Quartier Latin, bairro com maior diversidade de livrarias do mundo.
A Vida Portuguesa: instalada numa transversal da Rua Garrett, a agora empresária Catarina Portas insiste que o que é nacional é bom - e as pessoas viajam para ver coisas diferentes."
Texto de Teresa Campos
Revista VISÃO | 22 de Agosto 2013
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