Uma invenção original, deliciosa e comovente do espírito minhoto, os lenços de amor ou namorados popularizaram-se a partir do séc. XIX. Se as meninas finas tendiam a bordá-los certinhos a ponto cruz, já as moçoilas do povo preferiram o pé-de-flor e o de cadeia, para composições ricas em corações, chaves, pombas, silva ou mãos unidas, incluindo quadras de amor… fatalmente semeadas de erros ortográficos, fruto da sua fraca literacia.
Obra de rapariga casadoira, o lenço era uma declaração de amor íntima oferecida ao rapaz que desejava. Aceitando o namoro, o rapaz atava o lenço ao pescoço sobre o fato de domingo, exibindo-o com orgulho. Não sendo correspondida, este devolvia o lenço. Ontem como hoje, saindo das mãos das bordadeiras minhotas, um lenço de namorados continua a ser um presente de amor sempre único e precioso. E, se o quiser personalizar, com versos ainda mais certeiros, A Vida Portuguesa aceita encomendas.
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