sábado, 30 de abril de 2011

Dia da Mãe 2011

Vocês já sabem que "mãe há só uma", portanto vamos poupar-vos ao blábláblá e deixamo-vos três belas sugestões para a mimar como convém. Nas lojas (físicas e online) há mais, muito mais, para lhe pôr um sorriso no rosto. O dia da mãe é domingo: depois não digam que não avisámos...

Um sabonete mimoso e dois livros encantadores: um para alegrar o estômago e outro para alegrar os olhos. "Afinal no coração de mãe não é só um músculo que bate sem parar. É um lugar mágico onde acontecem as mais extraordinárias das coisas..." Como prova esta belíssima edição Planeta Tangerina, para mães e filhos.

Prémio LER / Booktailors "Vencedor de Melhor Capa de Infanto-Juvenil 2008". Recomendado por Gulbenkian / Casa da Leitura. Aconselhado pelo Plano Nacional de Leitura. Seleccionado - New Publications 2nd CJ Picture Book Festival, Korea.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

It takes two...

A Vida Portuguesa não desdenha uma oportunidade para bailar e não podia deixar passar em branco o Dia Mundial da Dança. Celebramos com estas duas pérolas da Ach. Brito. As meninas (e os meninos, claro) dançam?...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Anchieta 13, 2º

Até sábado, há mais Vida na Rua Anchieta, no segundo andar do número 13, mesmo ao lado da porta de entrada na loja. Com os barros do Alentejo, cestas belíssimas, tapetes e adufes para musicar. As loiças da Viúva Lamego, as melaminas da Faplana e uma secção especial "República". Mais livros, CDs e DVDs - tudo sobre coisas belas e portuguesas. Até sábado, das 11h00 às 20h00. A não perder. Mesmo.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Últimos dias

Últimos dias para visitar o segundo andar da Rua Anchieta. Se ainda não o fez, apresse-se. Tem até sábado para visitar o "prolongamento da vida" como lhe chamou a Time Out Lisboa - que foi pensado como um reforço para o Natal mas parecia não querer fechar - recheado de "antigos, genuínos e deliciosos produtos de criação portuguesa". Rua Anchieta, 13 segundo andar, Chiado em Lisboa.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Concierge

"A Vida Portuguesa's founder, former journalist Catarina Portas, is the force behind both the Lisbon and Porto branches of this stylish boutique. A Vida Portuguesa sells classic Portuguese products that have become top-end souvenirs (letter holders made from ceramic swallows, a national symbol; the Claus Porto soaps that are much loved by Oprah; gourmet canned sardines; tea from the Azores). The eclectic mix of wares is displayed on backlit shelves lining the walls and on a long wooden table; the shop is upstairs from a fabric store that's been around since 1886. Even if you don't share the nostalgia for these Portuguese brands, you can still admire the retro packaging and appreciate the quality of these time-tested products." —Anja Mutić, Concierge travel guide.

Open Mondays through Saturdays 10 am to 8 pm. Loja Clérigos. 20 Rua Galeria de Paris, 2nd floor. Porto. Portugal 4050 162. Tel: 351 22 202 2105.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cravos da Confiança

Para além da Páscoa, há uma data que importa celebrar por estes dias: o dia da liberdade. E vem-nos à memória o belíssimo rótulo dos arquivos da Confiança com um cravo (que se pode encontrar no delicioso livro Os Dias da Confiança).

"O que me fascinou desde o início foi a possibilidade de contar a história dos produtos e com isso um bocadinho a história da vida quotidiana de Portugal e de quem os faz. As embalagens são bonitas, mas é muito mais que isso. Saber, por exemplo, que os sabonetes Ach Brito/Claus Porto vêm de uma fábrica fundada por dois alemães no final do século XIX, no Porto; que a fábrica Confiança, também fundada no final desse século em Braga, tanto fez um sabonete a celebrar a exposição do Mundo português, como o da Grândola Vila Morena. No fundo, é a história do país contada da perspectiva do consumo" Catarina Portas em entrevista ao i.

Aproveitamos para lembrar que a loja do Chiado se encontra aberta nos feriados, encerrando apenas domingo. Já a dos Clérigos fecha domingo e segunda. Boas festividades!

Doce Páscoa

Preciosidades em forma de doces, pela mão da Arcádia (nestas embalagens todas especiais, só para nós). Doce Páscoa, festas felizes!

É a mais antiga marca portuguesa de chocolates artesanais. Fundada em 1933 por Manuel Bastos, a Confeitaria Arcádia na Praça da Liberdade foi uma das mais selectas referências do Porto. Hoje, a terceira geração da família Bastos continua a assegurar a excelência dos chocolates que saem da fábrica na Rua do Almada, sejam eles bombons, tabletes ou línguas de gato, sem quaisquer corantes ou conservantes. Mas a Arcádia é também a grande especialista das drageias de licor Bonjour, inteiramente bordadas e pintadas à mão uma a uma, absolutas maravilhas em forma de bébés, periquitos, cerejas, tremoços, feijões e outros, uma obra-prima da confeitaria portuguesa que adoça tradicionalmente a Páscoa. Recomendam-se ainda as especiais amêndoas torradas em tacho de cobre com chocolate, as irresistíveis amêndoas caramelizadas e as elegantes drageias de pinhão.

It is the oldest Portuguese brand of handmade chocolates. Founded in 1933 by Manuel Bastos, Confeitaria Arcádia in Praça da Liberdade has been one of Porto’s finest establishments from the very beginning. Nowadays the third generation of Bastos’ family continues to look after the high standard of the chocolates produced in the premises of Rua do Almada: chocolate bars and boxes or biscuits covered in chocolate (the popular “cats’ tongues”). Adding to that, Arcádia also specialises in Bonjour liquor candies, individually embellished and painted by hand, things of beauty in the shape of babies, budgies, cherries, beans and others; true masterpieces of Portuguese confectionery that are immensely popular at Easter time. We also recommend the toasted almonds with chocolate in a copper pan, the irresistible candied almonds and the elegant candied pine nuts.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Contra a crise, trabalho e doce

"Os tempos difíceis não assustam Daniel Roldão. Em 2005, o engenheiro zootécnico de 37 anos criou a Sabores de Santa Clara para colocar nas prateleiras das lojas gourmet o rebuçado de ovo de Portalegre, um doce tradicional alentejano cuja receita se mantinha escondida nas cozinhas familiares da região. (...)

Para além dos rebuçados de ovo de Portalegre e dos Eggos, a pequena empresa alentejana também produz dois xaropes (de capilé e groselha) em parceria com a Quiosques do Refresco, empresa de Catarina Portas e João Regal. Emprega directa e indirectamente cerca de 20 pessoas e até ao final do Verão quer lançar quatro novos produtos. No total, tem 15 em fase de testes. "Sim estamos a viver uma crise, mas a nossa postura não pode passar apenas por esta constatação. Nestes tempos surgem novas oportunidades e isso traduz-se em mais criatividade", defende Daniel Roldão. E acrescenta: "A nossa perspectiva é de imenso trabalho".

Com o mercado doméstico a sofrer uma grave contracção económica, o objectivo é chegar a outros destinos. Estamos a namorar o mercado internacional", revela, referindo-se em concreto aos Eggos.

Produtos adequado ao gosto. No total dos produtos comercializados pela Sabores de Santa Clara o peso das exportações "não é expressivo", mas há negociações em curso para reforçar presença além fronteiras. "O Xarope de Capilé, por exemplo, tem um gosto árabe. Os russos gostam muito de doces, tal como os brasileiros. Estamos a explorar esse leque de possibilidades, adequando sempre o produto ao paladar do consumidor", diz o responsável da companhia. (...)

Agora, a prioridade de Daniel Roldão é conseguir produzir com matérias-primas nacionais, mas nem sempre é fácil encontrar ingredientes e fornecedores em Portugal. O empresário alentejano defende que é preciso "criar a necessidade" e exemplifica: "Não havia groselha disponível e nós decidimos plantar 1,5 hectares para poder colher daqui a um ano e meio. Vamos ter Xarope de Groselha, com a fruta amadurecida com o nosso sol."

Jornal "Público" 17 de Abril 2011, secção de Economia. Texto de Ana Rute Silva. Fotografias de Rui Gaudêncio.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ideias para Lisboa

Hoje no MUDE discutem-se ideias para Lisboa, com a participação de Catarina Portas e muitas outras mentes "iluminadas" e interessadas no futuro da cidade. Uma iniciativa organizada pela plataforma Lisboaideia, que quer estimular a participação cívica e debater, neste caso concreto, o Orçamento Participativo da Câmara Municipal. Hoje a partir das 19h00, no MUDE (Rua Augusta 24), a entrada é gratuita mas sujeita à lotação da sala. Ideias para Lisboa precisam-se.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Doces dias

Uma Páscoa colorida; uma vida mais doce. Destaque este ano para a espantosa novidade que é a caixa de ovos Avianense, nem sequer destoa ao lado das habituais pérolas da Arcádia: drageias e chocolates que são um mimo.

As drageias de licor da Arcádia, inteiramente bordadas e pintadas à mão, uma a uma, são por isso absolutas maravilhas – uma verdadeira obra-prima da confeitaria portuguesa. Para A Vida Portuguesa, a Arcádia concebeu embalagens de 200g exclusivas das suas inúmeras variedades: os bébés, os periquitos, os tremoços, as cenouras, as ervilhas, os feijões, as bolotas, as castanhas, as azeitonas, etc. Lindas e preciosas, todas e cada uma. Fazem-nos querer que seja Páscoa o ano inteiro...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Peixe no Terreiro

A Vida Portuguesa passou pelo Peixe em Lisboa e reviu alguns amigos de longa data (o que na nossa gíria equivale a dizer fornecedores). Estivemos à conversa com a gente que nos enche a mercearia: sal, enlatados, doces, delícias tantas... Para degustar, provar ou simplesmente ficar à conversa com os profissionais do sector. Até domingo no Terreiro do Paço, em Lisboa. O programa está todo aqui.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pela liberdade de semear

A Vida Portuguesa abraça a causa URGENTE das "sementes livres". E convida todos a assinar a petição contra esta iniciativa da Comunidade Europeia, a favor da liberdade de plantar e semear, como vimos fazendo desde que a terra é Terra.

"A pretexto de questões como a necessidade de rastrear o percurso dos alimentos e a segurança alimentar, a Comunidade Europeia prepara-se (dia 18 de Abril) para estabelecer uma directiva legal para impedir que as pessoas que sempre semearam e recolheram, assegurando a sua soberania alimentar, possam continuar a agir dessa maneira. (......) Na verdade, por trás de palavras como «certificação», cujo sinónimo deveria ser autenticidade ou segurança, esconde-se muitas vezes a restrição no acesso a um direito, que fica, a partir daí, apenas ao alcance de quem pode pagar ou tem mais meios."

"É evidente que corremos sérios riscos quando as sementes das variedades tradicionais, que são património da humanidade e como tal devem estar livremente acessíveis a todos, passam a ser objecto de controlo estatal para ficarem nas mãos de entidades exclusivas." do Manifesto em Prol da Semente e da Soberania Alimentar. "Colher para Semear", Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Conservas personalizadas

Ainda na linha das conservas, mas desta vez na sua forma mais convencional, uma novidade que já é um sucesso de vendas n'A Vida Portuguesa. As conservas José podem ser compradas separadamente (que podem variar entre os €2,55 das sardinhas com limão, os €3,55 das lulas de caldeirada ou os €10,35 das ovas de sardinha, por exemplo) ou numa caixa de quatro, personalizada ao gosto de quem dá ou vai receber.

Estas conservas são ainda mais especiais porque vêm de um dos melhores produtores do país, com base em Matosinhos, onde o peixe é submetido a duas cozeduras antes de ser enlatado (por oposição ao mais vulgar método de enlatamento em crú), mantendo-se mais suculento nesta técnica tão tradicional.

E ainda trazem deliciosas sugestões de utilização (mais vulgarmente chamadas receitas). Só para dar água na boca: "Sardinhas gratinadas com crosta de tomilho e salsa", "Escalopes de vitela com molho de atum" ou "Risotto de sardinhas com queijo de São Jorge e limão". Uma combinação também presente na prosa de Eugénio Roda: "Um limão e uma sardinha apaixonaram-se. Ela visitava-o em terra, ele ia vê-la ao mar. Paixão rima com sardinha e limão. E está provado que sardinha faz bem ao coração... apaixonado."

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sardinhas, mas de chocolate

Enquanto não chegam as mais frescas e viçosas sardinhas para assar sobre as brasas, A Vida Portuguesa faz o gosto ao dente com estes espécimes em versão doce. A lata de cartão colorido contém seis sardinhas de chocolate de leite e celebra uma actividade milenar muito nossa.

"Portugal é um país piscatório por excelência. A abundância de peixe, a sua qualidade, a extensão da linha de costa e a tradicional inclinação para as artes de pesca, criaram em Portugal condições impares para o estabelecimento da indústria conserveira; um sector tradicional com mais de 150 anos de história. Em 1938 existiam em Portugal 152 fábricas que produziam cerca de 34.000 toneladas de conservas de peixe. A "sardinha" é o peixe mais abundante na costa portuguesa e cerca de metade desta captura é utilizada hoje para conserva."

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Técnicos de Confiança

Entre as novidades dos últimos tempos n'A Vida Portuguesa, os "Sabonetes Técnicos Confiança", a celebrar mais de um século de qualidade e primor. Uma linha de quatro sabonetes distintos, cada qual a pensar numa utilização dedicada para as necessidades específicas da hora do banho.

O sabonete da embalagem laranja contém alcatrão vegetal, conhecido há muito pelas suas propriedades cicatrizantes e anti-sépticas. A embalagem verde guarda uma barra que incorpora pedra-pomes, um esfoliante natural que promove a remoção das células mortas da superfície da pele. O sabonete que inclui na sua fórmula o enxofre, prima pelas qualidades anti-sépticas, anti-caspa, e contém ainda óleo de amêndoas doces, para uma dose de hidratação acrescida.

O sabonete formulado com leite de burra tem reconhecidas propriedades emolientes, únicas a melhorar tanto o aspecto como o toque da pele. Uma novidade que já é um caso de sucesso e está a voar da prateleira. O leite de burra ficou famoso por ser usado por Cleópatra nos seus prolongados banhos de beleza, para amaciar e rejuvenescer a pele. E se era bom para a Cleópatra, também é bom para nós...

Sabonetes Técnicos da Confiança: Alcatrão, Enxofre, Leite de Burra e Pedra Pomes. De 75 gramas cada, todos a €2,00. Quem disse que a beleza tem que sair dispendiosa?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Instantes de vida irresistíveis"

"A Vida Portuguesa palpita em Lisboa, em pleno Chiado, em forma de loja. Abriu em Novembro de 2006 e pode-se dizer que é uma maravilhosa viagem ao passado, através dos muitos artigos genuínos e deliciosos! A loja era o antigo armazém da loja David e David (que vendia tecidos e cosméticos) que terá funcionado também como pequeno atelier de perfumaria. Os inúmeros frascos de vidro que ajudam a decorar a loja ainda estão cheios de pó de arroz. Como era um armazém, nunca passou por obras substanciais. Para a renovar, Catarina Portas preocupou-se sobretudo com duas coisas: iluminação e cera!

Como jornalista, comecei a fazer pesquisa para um livro sobre a vida quotidiana em Portugal no séc XX. Investiguei as marcas, fábricas e produtos antigos portugueses. Percebi então a quantidade de produtos que ainda existiam ainda com embalagens originais dos anos 20, 30, 40, 50, 60... Pareceu-me que esse design histórico do quotidiano, tão ingénuo e divertido, poderia ser uma vantagem no contexto actual, com o design tão valorizado. Pensei que era possível passar estes produtos esquecidos nas drogarias e mercearias para um outro mercado, o das lojas de design e de museus, contando a sua história e particularidades. E, graças a esse novo público, valorizar e ajudar a salvar a manufactura portuguesa. Funcionou.

Em Novembro de 2009, abriu a segunda loja "A Vida Portuguesa", num edifício na zona dos Clérigos, na Baixa do Porto. Subindo uma elegante escadaria interior, a loja ocupa mais de 300m2 que inclui todos os móveis de origem. Hoje, é também uma loja online, com montra para o mundo. De norte a sul de Portugal, os fornecedores são exclusivamente portugueses.

Começámos por bater à porta das fábricas mas também descobrimos, pelo caminho, pequenas empresas familiares e artesãos individuais que continuam a reflectir um saber fazer e uma forma de viver tipicamente nossos. Que importa preservar pois estes produtos são nossos, estes produtos somos nós. E são tantas as coisas que mais vale ir com tempo: loiça, cestos, mantas, tapetes feitos por uma senhora que tem o próprio rebanho, livros, cadernos, brinquedos, sabonetes, panos e toalhas, caixas bordadas, peças de filigrana, gessos, etiquetas, saquinhos com alfazema e muitas coisas mais... Instantes de vida, irresistíveis, para comprar e reviver!" Marta Lucena, Casas de Portugal, Abril/Maio 2011.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Raphael, o provocador

"O gesto do Zé Povinho regressa nesta época, e com mais força, às tabernas do país, mas também às lojas «de design» que, de repente, perceberam que a maior parte das peças de faiança «Bordallo Pinheiro» são, que ninguém duvide, verdadeiras obras de arte. Até as famosas couves com que embirrámos durante anos a fio - «ó mãe, isto é tão piroso!» - ou mesmo as andorinhas que se espalhavam pelas paredes da varanda (quando as varandas ainda não tinham marquises) se tornaram quase objetos de culto entre os portugueses. Dois must have, que poderíamos continuar a assinalar com outras tantas peças. Inesquecíveis são, também, as elegantes rãs ou os «sapudos» sapos; as vendedeiras com ar maroto e os polícias com ar sério; os gorazes de olhos esbugalhados; os tomates e as cerejas de um vermelho surpreendente; as canecas com caras tristes, outras parvas e outras alegres. Falta-nos referir, naturalmente, o famoso frade que fazia corar ate o maior agnóstico.

Uma história pintada luta. Os dias já foram maus para a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, fundada em 1884, com o propósito de revitalizar as artes tradicionais da cerâmica e do barro, cruzando-as com a modernidade de diversos estilos que anunciavam o futuro mas, sobretudo, com a originalidade do seu criador, Rafael Bordallo Pinheiro. Mas os dias menos bons estão a acabar, devagarinho, como devagar são feitas a maior das peças que dali saem. Os moldes, esses, há muitos que estão feitos, mas, depois, e preciso que os artistas «construam» as peças - primeiro uma perna, depois outra, a seguir o bico, mais tarde a cauda e ainda falta a crista, se de um galo se tratar. E ainda falta a pintura, quase toda feita manualmente, com uma precisão que merece ser observada. As peças nem sempre são economicamente acessíveis, mas percebe-se porquê. Esta antiga fábrica, cujo museu pode ser visitado mediante marcação, é um regalo para os nossos olhos.

Raphael, o provocador. Bordallo dedicou atenção a todos os pormenores na edificação do seu maior projecto: desde a escolha do terreno até à construção de uma escola primária para os filhos dos operários, no espaço da fábrica. A paixão e a criatividade colocadas no trabalho, a consciência social, o humor e a transgressão das ideias feitas deram a esta empresa uma qualidade notável, que ainda hoje mantém uma herança de enorme valor. Um património artístico e histórico que é resgatado (em boa hora) pela aquisição da agora designada Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro, por parte da Visabeira Indústria.

Os sete 'Bordallianos'. Mas a arte do barro, da faiança, também não quer viver só do passado, ficar estagnada à espera que as recordações sejam suficientes para continuar a viver. A criatividade e o humor vão continuar. Para assinalar o 125º aniversário desta fábrica foram convidados sete artistas nacionais - Bela Silva (Gosto tanto de ti), Catarina Pestana (A Banca) , Elsa Rebelo (Menina Peixe) , Fernando Brízio (Elefantes), Henrique Cayatte (Lisboa), Joana Vasconcelos (Dueto) e Susanne Themlitz (Cactus) - que recriaram e reinterpretaram Bordallo Pinheiro usando maioritariamente os moldes do próprio artista. Nasceram, assim, sete peças de edição numerada e limitada a 125 exemplares que continuam, sem dúvida, o percurso traçado há mais de um século pelo mestre." Ana Pereira da Silva, revista Visão, 31 de Março 2011.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

"A vast treasure trove"

"Porto, the second largest city in Portugal, is as robust and intoxicating as the fortified wine that is produced here. (...) Despite Porto's undeniable historic heritage, this is not a city trapped in the past. In fact, whenever Porto does look to the future, it does so with enthusiasm and success.(...)

Reminiscent of a general store from a bygone era, nearby A Vida Portuguesa laughs in the face of globalization by carrying a range of Portuguese products from yesteryear that, although still in production today, have resisted the urge to change the times. Open since 2006 in the premises of an old-fashiones cosmetics warehouse that dates to the late 19th century, this retro emporium is a vast treasure trove of nostalgic household items from Porto and beyond.

Beautifully displayed in original fixtures and fittings, treats in store include hand-made Claus Porto soaps, individually wrapped in tissue paper and packaged in gorgeously patterned boxes, the designs of which have remained unchanged for decades; crisp Emilio Braga notebooks, each one bound with a hand-sponged black and white "cloud" patterned cover, exactly as they've been since 1918; and Bordallo Pinheiro ceramics with designs dating back to 1884, the range includes plates, bowls, tureens, and serving platters in whimsical, natural shapes like cabbage leaves, strawberries, and fish. You'll also find cans of olive oil, handmade chocolates, hand-wooven wool blankets, nostalgic children's toys, traditional aluminium cookware, and handcrafted jewelry, all produced in Portugal in the same way, and boxed in the same pacjaging that they always have been. Although you may be familiar with some of these items (Claus Porto soaps are exported to the United States, and Oprah is said to be a huge fan) there's plenty more to discover.

I learned that one product, Couto toothpaste, is not only popular because it retains its original retro logo and strong minty taste, it also, scores on its ethical credentials. Formulated by Dr. Alberto Ferreira Couto in Porto in 1932, it's favoured by vegans because it's a natural product that was never tested on animals. Similarly, grand old grandmothers come here from all across Portugal to stock up on Água de Colónia Lavanda or Benamor cleansing cream, products they've used and loved since they were girls. For us it's a fabulous place to shop, but for many locals it's a proper nostalgia trip.(...)

A Vida Portuguesa. Occupying a building dating to the early 1900s, including toiletries, stationery, jewelery, food, handicrafts, toys and gifts." Stuart Haggas, European Correspondent, Passport magazine, April 2011.