"Fala-se na década de 1970 em Portugal e imediatamente pensamos no 25 de Abril. Mas esta foi também a década em que foi eleita a primeira Miss Portugal, em que, no carnaval, um grupo de meninos ricos se vestiu de árabe e enganou toda a gente, em que Miles Davis e Keith Jarrett tocaram no primeiro Jazz em Agosto, em que as mulheres chegam à polícia, em que foi lançada a primeira Gina, em que os intelectuais da capital se juntavam a beber copos no Procópio, em que Carlos Lopes ganhou uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Montreal, em que se tornou possível beber Coca Cola. (...)
(Diz Joana Stichini Vilela:) Temos cada vez mais filmes e documentários sobre os grandes acontecimentos políticos mas temos poucas coisas sobre a vida das pessoas, não existia esse carinho pela vida quotidiana, e isso interessava-me. Queria fazer um livro que fosse como uma cápsula do tempo, que desse uma ideia de como tinha sido aquela época. (...)
A década de 60 foi incrível e sempre exerceu um grande fascínio sobre mim, porque foi uma altura em que muita coisa mudou, em que começou a cultura pop, que é a nossa cultura. Nos anos 70 essa mudança ainda é mais visível.
Gosto de dizer que este livro é um bookazine. Cada história tem a sua linguagem mas no final há uma unidade. As pessoas podem ler só algumas histórias ou podem ler tudo e é como fazer uma viagem àquela década."
"A minha primeira memória é o 25 de Abril. O antes - irmos à (prisão de) Peniche visitar uma pessoa que conheciamos - e o depois, a noite de 26 para 27 quando libertaram os presos. Foi a primeira noite que passei em branco. Só saíram depois da meia-noite e o Zé pôs-me às cavalitas. Gritavam: "Presos cá p'ra fora, pides lá p'ra dentro."
Catarina Portas
(Diz Joana Stichini Vilela:) Temos cada vez mais filmes e documentários sobre os grandes acontecimentos políticos mas temos poucas coisas sobre a vida das pessoas, não existia esse carinho pela vida quotidiana, e isso interessava-me. Queria fazer um livro que fosse como uma cápsula do tempo, que desse uma ideia de como tinha sido aquela época. (...)
A década de 60 foi incrível e sempre exerceu um grande fascínio sobre mim, porque foi uma altura em que muita coisa mudou, em que começou a cultura pop, que é a nossa cultura. Nos anos 70 essa mudança ainda é mais visível.
Gosto de dizer que este livro é um bookazine. Cada história tem a sua linguagem mas no final há uma unidade. As pessoas podem ler só algumas histórias ou podem ler tudo e é como fazer uma viagem àquela década."
"A minha primeira memória é o 25 de Abril. O antes - irmos à (prisão de) Peniche visitar uma pessoa que conheciamos - e o depois, a noite de 26 para 27 quando libertaram os presos. Foi a primeira noite que passei em branco. Só saíram depois da meia-noite e o Zé pôs-me às cavalitas. Gritavam: "Presos cá p'ra fora, pides lá p'ra dentro."
Catarina Portas
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