Quando Johannes Gutenberg criou o tipo mecânico móvel, por volta de 1440, não imaginava por certo que estava a dar início à era da impressão e à sociedade de informação dos tempos modernos. A partir daí, o mundo até pareceu girar mais depressa e o desenvolvimento da tecnologia acompanhou-lhe o ritmo, com invenções cada vez mais aparatosas. Mas, no século de todas as tecnologias que é o nosso, ainda há uns poucos de bravos a usar aquela técnica original, que pode parecer obsoleta mas continua a produzir os mais preciosos e únicos trabalhos impressos.
Entre esses resistentes, encontra-se a dupla de designers das EdiçõesSerrote, Nuno Neves e Susana Vilela, que cunhou uma imagem muito própria, recriando temas profundamente ligados à cultura portuguesa (pegando em símbolos mais concretos, da toalha de mesa ao sabão azul e branco ou aos amores imortais como os que temos pela praia ou pelo futebol), com reviravoltas engraçadas e inesperadas.
Exemplares são os cadernos de edições esmeradas, limitadas e numeradas (como o especial e exclusivo concebido para a marca d’ A Vida Portuguesa), impressos numa antiga máquina Heidelberg. E que, de uma pequena oficina tipográfica em Sintra, acabam a correr mundo: um deles já chegou mesmo ao Pólo Norte.
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