Os americanos têm a Julia Child, os ingleses orgulham-se da Delia Smith, a nós calhou-nos em sorte (grande) Maria de Lourdes Modesto. Em 1958, a então professora de trabalhos manuais foi convidada a apresentar um programa cultural que acabou em formato culinário na RTP. E por 12 anos a eito, com um sucesso ainda por bater, entrou pelas cozinhas do grande (e guloso) público em directo, encorajando-o a anotar e enviar as receitas familiares e regionais.
Percorreu o país em ingredientes e meteu as mãos à massa de uma recolha exaustiva sem precedentes, que deixava apurar no regresso a casa; muitas vezes sobre esta antiga mesa de madeira, comprada num antiquário de Portalegre, que os seus fotógrafos tanto gostavam de usar como fundo para as imagens dos livros. E que ela, num gesto de grande generosidade, decidiu oferecer à Vida Portuguesa (do Largo do Intendente).
Como se não bastasse deixar-nos, entre outros, o livro de culinária mais vendido, mais lido e com maior índice de nódoas de gordura em todos os lares, esse tesouro nacional que é a “Cozinha Tradicional Portuguesa”.
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