segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Lisbonne La Verte

A Vida Portuguesa é vivamente recomendada para uma experiência de compras arrebatadora no Chiado pela revista francesa Evene. "Enfin, le buggy électrique est le moyen de transport idéal pour faire un shopping dévastateur dans le quartier du Chiado. Un crochet par la boutique A vida portuguesa, magasin traditionnel dont l'objectif est de pérenniser des produits du cru (thé Gorreana de l'île de St Miguel ou des savonnettes de fabrication artisanale), est hautement recommandé."

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sozinha em Beirute

"É bela, Beirute, bela e terrível e bexigosa e destroçada e glamorousa e instável e excitante e um nadinha avariada do juízo. É a Elizabeth Taylor do Mediterrâneo. Ou poderia ser se substituíssemos as palavras álcool por Israel e um rol de casamentos desastrosos por 15 anos de guerra civil". Foi quando li isto no Guardian, enquanto ouvia a voz de Fairuz que há dez anos me enfeitiça que decidi partir.(...)"

Catarina Portas "queria ir visitar a terra onde nasceu o sabonete" e acabou "em plena situação, sozinha em Beirute". O relato completo no último número da "Visão Vida & Viagens".

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Direita ao coração

A convite da revista Up, Mafalda Pinto Leite passou "24 Horas em Lisboa", mais precisamente entre o Chiado e a Baixa. Destaque para a marmelada genuína e para as conservas de peixe, a condizerem com o slogan “O que é nacional é bom!” "Sigo para a loja A Vida Portuguesa, onde comprei aquelas formas para bolos em formato de coração que a minha mãe e a minha avó usavam.”

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nostalgia positiva

"A tarde passo-a passeando pelas ruas do Chiado, o bairro mais chique e tradicional da capital de Portugal. Entro n’A Vida Portuguesa e faço uma viagem no tempo sem sair de um só lugar. «Antigos, genuínos e deliciosos produtos de criação portuguesa» para olhar, provar e comprar. Uma nostalgia positiva de levar para casa!"

"A capital portuguesa, seus achados e atracções esbanjam charme e simpatia. Com uma visão bem particular, um roteiro de dois dias sintetiza o atual e o histórico na terra-mãe dos brasileiros." Por Mónica Franco na Casa Vogue Brasil.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Regresso às origens

Portugal reinventa-se, mais fiel a si próprio do que nunca. Novos hotéis, lojas e restaurantes sabem a futuro e tradição.

Tal como acontece na zona ribeirinha da capital, o resto do país parece unir-se no mesmo sentimento de revivalismo. Ao contrário do que vemos em muitas cidades europeias, sempre com os olhos postos no futuro, por cá surgem cada vez mais restaurantes, lojas e produtos com Portugal no coração e design na embalagem. Da decoração de interiores ao universo gourmet, que se estende agora às padarias e às mercearias. "A ideia é apostar naquilo que nos distingue, no que melhor sabemos fazer", aponta Catarina Portas, mentora d'A Vida Portuguesa e dos Quiosques de Refresco, dois projectos que apostam na reinvenção da tradição para criar novas peças e produtos. O resultado está à vista.

Para a jornalista, eleita pela revista Wallpaper como um dos talentos da geração do futuro, encontrar novos projectos é tão fácil quanto sair de casa. "A pesquisa tanto acontece na Feira da Ladra como na Biblioteca Nacional. Vou ao passado buscar coisas que me belisquem e, com alguma criatividade à mistura, tento que o produto volte a ser relevante", descreve. É o exemplo dos recém-lançados xaropes de groselha e capilé, resultado de uma parceria com a Sabores de Santa Clara.

A atracção que estes e outros objectos despertam em diferentes gerações e nacionalidades prova que a tendência veio para ficar. "Para alguns será a memória vivida, para muitos outros é ao imaginário que estes produtos apelam", sublinha Catarina. Uma mais-valia na altura de avaliar o valor de mercado de um produto e, por isso mesmo, de dinamizar a produção das fábricas nacionais.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bom Porto

"Novos espaços - restaurantes, bares, lojas - a visitar numa cidade em que a tradição também é mudança. (...) A Vida Portuguesa: Agora a norte, perto da famosa Livraria Lello, as marcas e produtos portugueses de sempre (mercearia, papelaria, artesanato) que já faziam as nossas delícias em Lisboa. Num edifício histórico da Rua Galeria de Paris 20, 1º andar.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Namorar

O amor está no ar. O amor está na mesa. Bem vindos à Vida Portuguesa! Temos uma caixa especial Dia dos Namorados, a provar que "O amor é doce". Mimos para a cara-metade e o mais que tudo; para todas as bolsas e gostos. Livros, xaropes, corações de todas as formas e feitios. Corações ao alto.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Amar e assoar

Invenção original, deliciosa e comovente do espírito minhoto, os lenços de amor ou namorados popularizaram-se a partir do séc. XIX. Se as meninas finas tendiam a bordá-los certinhos a ponto cruz, já as moçoilas do povo preferiram o pé-de-flor e o de cadeia, para composições ricas em corações, chaves, pombas, silva ou mãos unidas, incluindo quadras de amor… fatalmente semeadas de erros ortográficos, fruto da sua fraca literacia.

Obra de rapariga casadoira, o lenço era uma declaração de amor íntima oferecida ao rapaz que desejava. Aceitando o namoro, o rapaz atava o lenço ao pescoço sobre o fato de domingo, exibindo-o com orgulho. Não sendo correspondida, este devolvia o lenço.

Ontem como hoje, saindo das mãos das bordadeiras minhotas, um lenço de namorados continua a ser um presente de amor sempre único e precioso. E se o quiser personalizar, com versos ainda mais certeiros, A Vida Portuguesa aceita encomendas.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"Na Ach Brito, a inovação valoriza o passado"

"No início dos anos 90, a empresa de sabonetes Ach Brito dependia quase exclusivamente do mercado interno. Os responsáveis do grupo perceberam a tempo que o potencial dos seus produtos ultrapassava as fronteiras portuguesas e hoje chegam a perto de 50 países, onde são vendidos em lojas de artigos de luxo. As exportações representam 37% da facturação.

Os rótulos de inspiração vintage dos sabonetes das marcas Ach Brito, Confiança e Claus Porto são o que primeiro impressiona de cada vez que os vemos à venda. Nas linhas de maior valor acrescentado, os sabonetes são embrulhados manualmente e cuidadosamente dispostos em elegantes caixas para depois seguirem para lojas de perto de 50 países. Os responsáveis da empresa fazem questão de que continue a ser assim, já que se tratam de "produtos especiais" (...)

Durante a visita à fábrica da Ach Brito, em Vila do Conde, percebemos que a história do grupo é um activo que os actuais administradores procuram valorizar. "Porque isto não se pode perder", justifica José Fernandes (administrador e director-geral da empresa), referindo-se à primeira fábrica de sabonetes portuguesa, inaugurada em 1887. No ano em que foi inaugurada a ponte D. Luís, projectada por Eiffel, a ponte D. Luís, usar sabonetes era ainda um luxo acessível a poucos.(...)

O gestor considera que há um regresso às origens, à qualidade: "Vivemos uma evolução brutal nas últimas décadas, mas há coisas que têm que se manter porque fazem a diferença. Acreditamos nisso e fazemos por valorizar isso todos os dias. Nos nossos sabonetes nota-se que há mão humana" É esta aposta que faz com que os sabonetes sejam vendidos em hotéis como os paradores espanhóis, lojas de luxo ou de inspiração vintage, como é o caso de A Vida Portuguesa, projecto de Catarina Portas, a quem a Ach Brito se associou para abrir a loja do Porto, a segunda da cadeia. (...)

"A área dos sabonetes sólidos está em queda há 20 anos e nós temos vindo a crescer. Hoje há um revivalismo que nos ajuda, mas quando apontamos para o exterior, procurámos sempre afirmar aquilo que temos de único, a nossa nacionalidade, as nossas raízes e, de alguma forma o produto que vendemos assume-se como aquilo que é, um produto especial". Susana Marques, revista Actualidad€, Fevereiro 2011.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Avançar às arrecuas

"Eis a ideia, resumida nesta questão: e se o nosso atraso fosse afinal o nosso avanço?

Pois, o nosso atraso. Esse atraso que tanto nos envergonhou, ao longo das últimas décadas. Uma vergonha que se misturou com revolta e nos fez maldizer o país e o regime que mal o governou quase cinco décadas durante as quais a industrialização foi parca e o desenvolvimento minguado. Ai que vergonha e era mesmo. Depois veio a democracia e com ela os dinheiros europeus. Mais educação é certo mas sobretudo mais auto-estradas, como se elas nos levassem até ao futuro radioso. Até à Bela Europa, essa criatura altiva, altamente mecanizada, industrializada, tecnológica, tão sofisticada. Mas nós, saindo da auto-estrada, entrevíamos o país ainda pobre, atrasado e, ai credo, tão antigo produzindo pela manufactura. Logo corríamos, assustados, tendo as cidades para nos sossegar, aí onde nasciam reluzentes e plastificados centros comerciais, este é ainda maior que o outro, isto é que é progresso! Ficamos tão modernos com um carrinho de compras do tamanho de uma banheira num hipermercado que parece um oceano, olha o novo continente que descobrimos. A principal qualidade de um produto de consumo não é ser estrangeiro? Como nós queríamos ser?

E, entretanto. A Velha Europa, essa senhora rica, consome mas já não faz, manda fazer. A países com salários mais em conta, como nós ou seja quem for, tanto faz, no Leste, pela Ásia. Ficam longe, o que é conveniente, é escusado saber quem e como. As marcas avançam, são exércitos à conquista do mundo. País atrás de país, muitos soçobram e regojizam-se. Comunicamos melhor e mais depressa, controla-se melhor o império assim. Globalizados e iguaizinhos, é isto o consumo democrático? Não, não é. As corporações ganharam o poder de estados mas ali só vota quem manda, o CEO chama-se lucro. E por cá, que aconteceu às fábricas, fabriquetas e oficinas, tantas que não conseguem entrar no hipermercado, desculpe senhor espezinhou-me a margem, assim não consigo andar. Esconde o nome e produz para outro até ao dia em que o outro dá de frosques por menos uns cêntimos. Senhor Luís, latoeiro de Barcelos, ensinou o ofício ao filho mas ele tem vergonha do que faz, olha outra vez a vergonha, preferiu ir trabalhar para a construção civil, depois caiu do andaime e morreu. Alguns sobrevivem, há para aí ainda quem encontre lojas, chamam-se agora comércio tradicional, tratam-no como uma relíquia, pois cada vez mais não se encontram.

O estado das coisas hoje. Citando o escritor David Foster Wallace, “as pessoas tendem a ser muito semelhantes nos seus interesses vulgares, lúbricos e patetas e bastante diferentes nos seus interesses sofisticados, estéticos e nobres”. Por isso, repegando Chris Anderson, que analisou os números das grandes lojas on-line, “o futuro é vender menos de mais produtos”, ou seja, descobrimos que se faz tanto dinheiro a vender o muito que não é um hit como a vender os raros blockbusters. Eis a grande novidade: os nichos tornaram-se globais e por isso rentáveis. No maior centro comercial do mundo, que está afinal no ecran do nosso computador pessoal, é tão fácil cada um de nós vender como simplesmente comunicar para ao mundo inteiro uma loja física e especializada. Pois também percebemos, diante da igualização, que somos todos diferentes. Alguém profere o neologismo que fazia falta: glocal. O local também se pode tornar global. E o local, ainda existe? A Rachel e o Simon vestem aventais na sua loja em Londres, a Labour and Wait, vendem artefactos domésticos clássicos e particulares mas fornecedores já mal os encontram no seu país, “em Inglaterra já não se produz nada”. A Alisa e o Marcus atendem na Spring Street, em Nova Iorque mas é sobretudo na net que a Kiosk vende o que eles encontram quando calcorreiam o mundo: de país em país, procuram os pequenos objectos da vida diária, com história e estórias, que caracterizam os habitantes daquela terra, daquela cultura. Quando chegaram a Portugal, nunca mais queriam de cá sair. Alguém emprega uma nova palavra: desglobalização. O exótico tornou-se tão familiar. E se o exótico fôssemos nós?

O avanço. Porque nos atrasámos, ainda produzimos. Objectos feitos com alma e saber, produtos com graça e peculiaridade, saem de oficinas, fábricas pequenas ou maiores. Isso que um dia a Europa soube fazer mas já quase não sabe. Mas ainda há quem deles goste, aqui, ali, pelo mundo fora. Coisas especiais para pessoas especiais. Esta manufactura que nos envergonhava pode ser agora, neste novo mundo, um orgulho? Sim, se sobreviver. Sim, se souber transmitir modos de fazer e ser exigente no aperfeiçoamento do produto, respeitando as características da sua diferença. Sim, se souber comunicar uma história, de onde veio e como é. Sim, se souber encontrar o seu mercado. Pode ser um mercado que se compraz na tradição mas também um mercado que se entusiasma com a inovação. É por isto, justamente, que a Alisa quer voltar a Portugal: “de todos os países que conheci, este é aquele onde me parece mais fácil e viável, neste momento, construir um diálogo design de autor/manufactura”. Tudo isto será difícil mas não é impossível.

Repetimos a ideia sem pergunta: o nosso atraso pode ser o nosso avanço. Afinal, talvez não seja uma ideia perigosa mas apenas uma ideia esperta."

Catarina Portas, jornalista e hoje empresária (A Vida Portuguesa / Quiosque de Refresco).

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Catarina's travels

Portuguese retail entrepreneur Catarina Portas started her career making hats with a local milliner before becoming a journalist focusing on fashion. She now runs the retro shops A Vida Portuguesa in Lisbon and Porto; Richard Bence talks to her about reviving Portugal’s past while looking to the future.

It started in 2004 when I was working as a journalist and discovered that many products from the 1920s-1960s were still sold in their original packaging. I loved their fun, naive designs, but I realised that these products were vanishing from the market. I decided to investigate, select and assemble them in boxes by theme, with a booklet revealing the stories behind them.

It’s common knowledge that in times of crisis consumers turn to products with a past, for the sense of security they bring. But in my case, A Vida Portuguesa came about way before the recession. These products have been around for many decades due to their outstanding quality. In some cases this comes down to an old way of doing things, by hand or following ancient skills or techniques.

The word ‘local’ is back on everybody’s lips and is a trend we are going back to. It can certainly make a difference in a mass-produced market and help us to overcome the recession.

I have a special fondness for the swallow that has become the symbol of the shop. In 1891, the genius artist Rafael Bordalo Pinheiro shaped a few swallows in ceramics to hang from the ceiling of Tabacaria Mónaco (in the Rossio square of Lisbon), where they have remained to this day. He then got carried away and released them on tiles and other decorative pieces. It didn’t take long before the swallows were usual in Portuguese homes, both inside and out, becoming something of a national icon – the most beautiful and perfect of them all.

You can learn a lot about a society by looking at what it once used but no longer wants to keep – and this is what you find in second-hand markets. I love to take a peek at local markets and second-hand fairs. I also like to visit cemeteries, because I find it interesting to understand the way in which each culture relates to the one that preceded it. The Jewish cemetery in Prague is one of my favourites.

Lux on Lisbon’s riverfront has been my bar of choice ever since it opened 10 years ago. I’ve been to several amazing parties there, including the ‘Malicious’ party with Dita Von Teese, a Fellini-Almodóvar party – where everybody dressed up as a film character – and the New Year party where the guests received a mask with the face of an artist or fashion designer as they walked in.

I believe eating out on the street is a way of making big cities more friendly and humane. I love street food, whether it’s grilled sardines in Alfama’s streets, tapas in the bars of Madrid, or a slice of pizza eaten over the tall tables on top of wine barrels at Forno Roscioli in Rome. So it’s no surprise that I’ve also started a kiosk business in Lisbon (by the way, the empadas – savoury pastry nibbles – are delicious!).

I’m drawn to small hotels that offer local charm – and even a dose of eccentricity. In Portugal, I have recently discovered two such places: Pensão Favorita in Porto, which resembles a cloud in the famous street where all the art galleries are located, and A Companhia das Culturas in Castro Marim (south of the country) on the rural Algarve coast, which is a prime example of sustainable tourism. You’re in the countryside yet minutes away from the beach, you can pick figs at the end of the afternoon, and the owners are distinguished figures of local history. I’m also curious to visit the Vidago Palace Hotel in the north of Portugal – an impressive centenary building that has been recently renovated, including a spa by architect Álvaro Siza Vieira. When I visit any of these places, I start wondering what my own hotel would look like...

I never miss an opportunity to eat mussels in Brussels. Ever since my brother, Miguel Portas, became a Member of the European Parliament and moved there, I also visit the antique shops and the marchés aux puces (flea markets). For culture, besides the Magritte Museum, I love the heart collection gathered by a cardiologist in a delightful room in the Musée de Beaux-Arts.

The producers I work with for A Vida Portuguesa are true heroes. They manage old factories that have been around for several generations now, keeping their savoir faire and the quality of their products up to standard. These people refuse to give up, even in the most difficult situations, and continue to make things and make them well.

We have just launched brand-new products to the Portuguese market: Portugal’s old redcurrant and capilé drinks cordials in bottled versions that are made entirely from natural ingredients. We serve them at our Quiosques de Refresco – refreshment kiosks – in three of Lisbon’s historic squares, bringing the city’s traditional drinks back.