terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"Na Ach Brito, a inovação valoriza o passado"

"No início dos anos 90, a empresa de sabonetes Ach Brito dependia quase exclusivamente do mercado interno. Os responsáveis do grupo perceberam a tempo que o potencial dos seus produtos ultrapassava as fronteiras portuguesas e hoje chegam a perto de 50 países, onde são vendidos em lojas de artigos de luxo. As exportações representam 37% da facturação.

Os rótulos de inspiração vintage dos sabonetes das marcas Ach Brito, Confiança e Claus Porto são o que primeiro impressiona de cada vez que os vemos à venda. Nas linhas de maior valor acrescentado, os sabonetes são embrulhados manualmente e cuidadosamente dispostos em elegantes caixas para depois seguirem para lojas de perto de 50 países. Os responsáveis da empresa fazem questão de que continue a ser assim, já que se tratam de "produtos especiais" (...)

Durante a visita à fábrica da Ach Brito, em Vila do Conde, percebemos que a história do grupo é um activo que os actuais administradores procuram valorizar. "Porque isto não se pode perder", justifica José Fernandes (administrador e director-geral da empresa), referindo-se à primeira fábrica de sabonetes portuguesa, inaugurada em 1887. No ano em que foi inaugurada a ponte D. Luís, projectada por Eiffel, a ponte D. Luís, usar sabonetes era ainda um luxo acessível a poucos.(...)

O gestor considera que há um regresso às origens, à qualidade: "Vivemos uma evolução brutal nas últimas décadas, mas há coisas que têm que se manter porque fazem a diferença. Acreditamos nisso e fazemos por valorizar isso todos os dias. Nos nossos sabonetes nota-se que há mão humana" É esta aposta que faz com que os sabonetes sejam vendidos em hotéis como os paradores espanhóis, lojas de luxo ou de inspiração vintage, como é o caso de A Vida Portuguesa, projecto de Catarina Portas, a quem a Ach Brito se associou para abrir a loja do Porto, a segunda da cadeia. (...)

"A área dos sabonetes sólidos está em queda há 20 anos e nós temos vindo a crescer. Hoje há um revivalismo que nos ajuda, mas quando apontamos para o exterior, procurámos sempre afirmar aquilo que temos de único, a nossa nacionalidade, as nossas raízes e, de alguma forma o produto que vendemos assume-se como aquilo que é, um produto especial". Susana Marques, revista Actualidad€, Fevereiro 2011.

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