quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Flashes da Vida

"Percebi que era possível fazer algo contemporâneo e adequado ao nosso mundo a partir de coisas nossas. Lisboa está cheia de oportunidades para se fazerem coisas interessantes, é preciso é força de vontade. (...) Lisboa tem uma parte antiga muito verdadeira e também uma nova geração que está a mexer-se imenso e é essa integração que me parece interessante.

Em Portugal, há a ideia de que quando se conserva algo do passado - e nós não temos jeito nenhum nisso - estamos sempre a perpetuar uma realidade mais pobre. Lidamos mal com isso e queremos enterrar esse passado e isso é profundamente errado. Nos centros históricos, acho gravíssimo que destruam os antigos espaços comerciais com qualidade, pois é isso que dá charme e diferencia dos outros.

Nunca pensei explorar a memória do povo português, mas há pessoas que ficam muito emocionadas, com lágrima ao canto do olho, quando aqui entram. Esta pode ser uma loja emocional. (...) É uma loja muito democrática, vende à direita, à esquerda e ao centro (risos). O meu irmão Paulo é um grande fã dos produtos Ach. Brito, o Miguel ainda há pouco esteve no Porto a comprar alguns cadernos Emílio Braga, o meu pai compra tudo o que são produtos alentejanos e a minha mãe é muito boa cliente... e recusa o desconto." Excertos de uma entrevista de Catarina Portas à revista flash!

1 comentário:

marias disse...

Catarina, já uma vez deixei um comentário neste espaço, que muito aprecio. Fiquei encantada com a sua loja a primeira vez que a visitei, há já bastante tempo. Sou uma alentejana convicta, que adora a sua terra para morar, mas que tem por Lisboa um carinho muito especial. Como é bom passear no Chiado, sózinha, sem tempo contado, poder olhar as montras, sem a pressa de comprar ou mesmo a necessidade. Já na sua loja, o prazer de olhar a nossa história leva sempre a alguma aquisição. Obrigada por nos trazer de volta a história e o ...conta-me como era...
Fátima