terça-feira, 3 de agosto de 2010

Direito de resposta

Na edição da Time Out de 14 de Julho publicou-se uma peça sobre a loja À Antiga Portuguesa, onde se encontra o seguinte parágrafo:

Com produtos entre os três e os 30 euros, esta é das únicas diferenças entre esta loja e “A Vida Portuguesa”, que habita no Chiado. Apesar de confessar já ter tido “problemas” com Catarina Portas, por causa do “conceito”, Maria Helena garante que “este tipo de loja já existe em Coimbra”. “A senhora pensa que é tudo dela, mas não é”, diz.

A Vida Portuguesa não tem qualquer “problema” com lojas que vendam produtos antigos portugueses, inspiradas ou não pelo nosso projecto. Quantas mais formos melhor, pois essa é a garantia da longevidade das marcas e produtos de que gostamos. E esse sempre foi o nosso principal objectivo. Fazemos aliás revenda dos nossos produtos exclusivos para muitas dessas novas lojas, com imenso prazer.

Foi o que aconteceu, durante algum tempo, para a loja “À Antiga Portuguesa”, em Cascais. Até ao dia em que percebemos que esta loja tinha copiado um dos nossos produtos exclusivos, as “Andorinhas Para Colar”, em versão colorida. Fomos até encontrá-las noutras lojas, em Sintra por exemplo: as mesmas duas folhas de sete andorinhas, com a mesma silhueta, o texto que eu escrevi em português e inglês – enfim tudo praticamente igual excepto a menção à marca que criou e comercializou este produto. A isto chama-se cópia ou contrafacção e com isso, sim, temos um “problema” (que foi entregue aos nossos advogados).

Pois gostávamos de viver num mundo onde as pessoas se esforçassem por ser um pouco mais originais e, já agora, respeitassem a criação dos outros. Neste caso, uma ideia de Maria Antónia Linhares de Lima, com design de Paulo Seabra e texto meu. Para não deixar mentiras à solta, parece-me justo que esta correcção seja publicada. Muito obrigada. Catarina Portas

1 comentário:

noteusilênciomaisazul disse...

Realmente, Catarina! Tens que admitir que não é tudo teu, sobretudo num projecto com o da Vida Portuguesa - apenas o imenso bom gosto, a inteligente, séria e profunda pesquisa, a valente coragem, o forte amor por todos que lhe deu origem - pelos que criam, os que produzem, os que servem, os que consomem, ... os que vibram com as histórias dessas realizações, histórias suas e de outros - toda essa força posta em delicada beleza ... e evidente em todo o pormenor. Pois ... nem tudo é teu!
De teu, mesmo, é essa alma que por muito boa contadora de histórias que seja, nunca te deixa ser quem não és - nunca te deixa ser uma cópia barata, pálida e sombria, de quem quer que seja ou do que quer que seja - nem sequer de ti mesma!

E na realização deste projecto, como no dos Quiosques de Refresco,
a força e nobreza de amor que informam essa alma, está lá, viva! Sabe bem, e salta à vista!

Quem quer que seja que se pendure na força de alma deste projecto, para o copiar, inteirinho ou em pedaços, é bem tolo! É impossível copiar uma Alma, e o que a inspira! Fazê-lo é coisa de alma sombria e cobarde - e isso também salta bem à vista! Mesmo que não se saiba, sente-se! muito claramente. Essa cobardia egoísta e fraqueza de espírito, de origem, estraga tudo o que se faz, logo à partida.

Azar o de quem tão tolamente assim o faz! Azar! Não perceber que essa manha doente - impregna o ar e as coisas,
está registada na forma como estas estão dispostas, vibra no gesto, no tom de voz ... salta à vista em tudo! e chega a "cheirar" a léguas! Quem não entende isto e se espanta com tal azar ... Coitado, anda mesmo a dormir na forma.


É que - mesmo para alguém que apenas aprecia estes e alguns outros projectos
que por aí vão despontando - há coisas a que cansa assistir, sem nunca responder!