segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Do tacho até à fábrica
"Quando metade da redacção da Time Out começou a tossir, Mariana correia de Barros lembrou-se da cura tradicional. Foi até à Amadora, conhecer a fábrica dos rebuçados peitorais portugueses."
E retomou a história a partir do ponto em que a conheciamos: quando o francês Dr. Bayard deu uma caixa de rebuçados, incluindo a receita dos mesmos, como forma de retribuir os favores (e a amizade) de Álvaro Matias durante os anos de refúgio em Lisboa.
"Os anos passaram, Álvaro trocou a mercearia por uma leitaria, casou-se e, no ano em que nasceu a primeira filha, 1949, decidiu experimentar a receita. Mesmo sem perceber nada do assunto. "Fazia a mistura num tacho em casa e a minha mãe embrulhava. Eram poucos quilos por dia, claro". (...) Mas eis que um dia... "Foi para Itália com uns amigos ver um jogo de futebol e acabou por ir visitar umas fábricas de doces." Fez contactos, importou algumas máquinas e deu início à primeira fábrica de rebuçados. "No quintal da nossa casa."
"Hoje já vão na terceira leva de máquinas industriais. Cada vez mais eficientes. A fábrica trabalha de segunda a sexta, com uma produção média de quatro mil quilos de massa por dia. E isso significa nada mais nada menos do que 640 mil rebuçados. (...) Do Dr. Bayard é que nunca mais ninguém ouviu falar. E já lá vão 62 anos."
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
"Revivalismo renovador"
"O motivo é dar um novo alento não só à economia portuguesa ao apelar ao consumo de produtos portugueses mas também à auto-estima nacional.
Face à iminência do desaparecimento de produtos icónicos da cultura portuguesa, Catarina Portas reuniu numa velha fábrica de sabonetes o novo conceito de «dispensa portuguesa».
Com as andorinhas da Bordalo Pinheiro, sabonetes da Claus Porto, rapas de Salazar e cerâmica tradicional, entre outros, «A Vida Portuguesa» instala-se na zona do Chiado para servir não só de montra histórica da produção nacional, mas também como uma espécie de embaixada de representação lá fora.
Quem passa pela loja não fica indiferente. Portugueses e, sobretudo, estrangeiros sentem o apelo da tradição e o negócio floresce. Hoje em dia, quem passar pela loja do MoMA, o conceituado museu de Nova Iorque e de Tóquio, poderá encontrar salazares e piaçabas."
Reportagem de Ana Sá Macedo sobre "projectos que dão nova vida à cultura portuguesa" para a TVI24.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
O Salazar preferido dos portugueses
"Espátula, raspador, raspadeira, rapa-tudo, rapa-tachos. Por vários nomes responde esta pá, mas nenhum nos traz tantas memórias como "salazar". E esse leva-nos de volta a outros tempos de crise e escassez.
Utensílio de serventia comprovada nas casa portuguesas, o nosso melhor salazar é feito de pinho ascético e borracha sinuosa, materiais que conservarão melhor as suas qualidades se forem lavados á mão. Outra coisa não se recomenda a um objecto que ainda hoje se rebela contra a era da máquina, afirmando-se como puroartesanato e não carecendo de outra energia que não a do ser humano. (...)
Fabricado por uma empresa familiar da zona do Porto, passou para a loja A Vida Portuguesa e daí para o Museum of Modern Art (MoMA) em Nova Iorque e Tóquio. Exibe-se agora, ao lado da torradeira de alumínio ou da vassoura de palha, numa montra de produtos genuinamente portugueses. Salazar, que raramente saía do país e gastava as solas dos sapatos até se romperem, teria certamente achado tudo isto uma enorme falta de modéstia." Texto de Carla Maia de Almeida para a Notícias Magazine.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Sangue Positivo
Na tarde de sábado (dia 22 de Janeiro) A Vida Portuguesa vai estar grudada ao televisor para se ver ao espelho. A reportagem da loja inclui entrevista a Catarina Portas. No programa A+ Portugal, dedicado ao empreendorismo nos negócios e aos portugueses "com sangue positivo". Na RTPN às 16h30.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Património vivo
O património vivo e imaterial das lojas da Baixa e Chiado em debate amanhã às 18h00 no Palácio do Beau Sejour (Estrada de Benfica 368, Lisboa). (...)
"E a forma como se usufrui (d)a cidade não é excepção à regra, e mesmo sem aprofundamentos de maior sobressaem duas correntes: a cidade enquanto território, e a cidade en...quanto palco de sociabilidades. Uma cidade inegavelmente plural. A Lisboa dos postais é a “luz”, o “rio”, o “eléctrico”, os “elevadores”. A abordagem do projecto Lojas da Baixa & Chiado – património vivo e imaterial é o relato daqueles que estão por detrás dos bastidores, é o testemunho dos agentes económicos, presentes na Baixa e Chiado, que ancora esta investigação em curso desde 2008, levada a cabo pelo Gabinete de Estudos Olisiponenses, e permite desvendar e entrecruzar o património material e imaterial."
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
O verdadeiro almanaque
Sabia que "a água de Janeiro vale dinheiro"? Que este ano "haverá abundância de frutas"? Que "as mulheres (que nascem em 2011) terão peitos volumosos em corpos magros e esqueléticos"? Ou que "o ano de 2011 será dominado pela carestia; mas tenhamos fé e lutemos com determinação para reverter a situação"? Estas e outras pérolas da sabedoria popular no Borda d'Água 2011 (que já vai na edição número 82).
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Mantas com fartura
"Em Janeiro costuma estar um fio de rachar. Na impossibilidade de ficarmos em casa a assar junto ao aquecedor, pode tornear-se a questão. (...) Para os precavidos ou mais friorentos, há mantas com fartura nas lojas Teresa Alecrim, Paris em Lisboa ou A Vida Portuguesa." Update da revista Up, Janeiro 2011.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Imperdível Barcelos
"Portugal (é) imperdível. O nosso país propõe experiências únicas, irrepetíveis noutro ponto do mundo e que todos devíamos desfrutar antes de morrer. Descubra o Portugal imperdível e obrigatório." As provas são mais do que muitas, compiladas pela jornalista Joana Haderer na última edição da revista Gingko.
"Visite aquela que Catarina Portas considera a mais bela feira portuguesa: a de Barcelos. Começou a realizar-se no século XV e até hoje conserva o espírito medieval. Entre um imenso colorido, aqui é possível encontrar de tudo um pouco, como gado, cestos de vime, mobílias ou a típica loiça de Barcelos. Todas as quintas-feiras atrai visitantes de todo o Minho. Descubra porquê com os seus próprios olhos."
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
A Vida Portuense
"(...) No Porto o sol também brilha, e durante o dia, quando umas portas se fecham, outras abrem-se, à semelhança das da loja A Vida Portuguesa (Rua galerias de Paris) de Catarina Portas, onde se pode adquirir, ou simplesmente admirar e relembrar, produtos nacionais que conhecemos há décadas, ainda com as embalagens originais ou inspiradas nestas. (...)" Por Sara Raquel Silva,no último número da revista Voyeur do Grupo Lágrimas.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Difícil é escolher...
A receita do xarope de capilé vinha já no Cozinheiro Moderno, em 1780: frondes de avenca (ou a folhagem da planta capilária) e um toque de água de flor de laranjeira. E, no entanto, há muito tempo que ninguém o fazia a sério, com os ingredientes naturais (sem corantes artificiais nem conservantes) e seguindo as antigas receitas.
Catarina Portas (que a revista Wallpaper acaba de escolher como exemplo da geração do futuro) e João Regal recuperaram o capilé (e outros sabores caídos em desuso, como a orchata ou o leite perfumado) quando abriram os seus Quiosques de Refresco. Agora associaram-se à fábrica de Portalegre Sabores de Santa Clara (que faz os Rebuçados de Ovo) para lançar em garrafa os Xaropes de Groselha e Capilé. Os rótulos são da autoria do designer gráfico Ricardo Mealha a partir dos desenhos de Lapin, ilustrador francês a viver em Barcelona.
Na fábrica de Portalegre trabalha-se as bagas frescas da groselha (separadas à mão e cozidas num caldeirão) e as frondes de avenca para fazer os xaropes que devem depois ser misturados com água para se transformarem em refresco - cada garrafa de 700 ml permite preparar 25 copos de refresco, diluindo uma porção de xarope em oito de água. Ambos devem ser bebidos frescos, aconselhando-se a que o capilé seja servido com gelo e uma casca de limão. E a promessa é que esta é apenas "a dupla inaugural de outros sabores que se hão-de seguir".
Os Xaropes de Groselha (14,90 euros) e Capilé (10,90 euros) vendem-se nos Quiosques de Refresco do Largo de Camões, Príncipe Real e Praça das Flores, nas lojas A Vida Portuguesa de Lisboa e do Porto, no Delidelux em Lisboa e em diversas lojas gourmet.
Alexandra Prado Coelho, revista Pública, 2 de Janeiro 2011.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Aguardente da Lourinhã
"O solo da Lourinhã esconde segredos bem guardados. Como os vestígios da era dos dinossauros ou as uvas que dão origem à única aguardente vínica portuguesa com região demarcada exclusiva. Muitos portugueses não o sabem, mas no mundo só há outros dois casos assim: os gigantes franceses Cognac e Armagnac." Excertos da belíssima reportagem de Luís Francisco, com fotografias de Miguel Manso, para a revista Pública de 4 de Abril 2010.
"(...) Estamos no coração de um dos produtos portugueses mais exclusivos, uma bebida espirituosa que, mesmo pelos padrões internacionais, ostenta um pedigree difícil de igualar. A região demarcada da Lourinhã foi criada exclusivamente para a aguardente vínica, caso único no país e que só encontra paralelo nas regiões francesas de Cognac e Armagnac. "Há muitas - e boas - aguardentes velhas em Portugal", avalia João Pedro Cautela, presidente da Adega Cooperativa da Lourinhã(ACL), "mas a nossa é a única que tem uma região demarcada dedicada." Cognac, Armagnac e... Lourinhac. O trocadilho é quase irresistível, mas em breve deixará de ser um trocadilho. Porque a ACL tem planos para lançar em breve a atenção dos mercados internacionais. (...)
Ou seja, no momento de servirmos um belo balão de digestivo, é como se tivéssemos na mão um cacho de uvas com 150 gramas... Mas não de umas uvas quaisquer. As castas, os solos, a cultura, a vinificação, a conservação, a destilação e o envelhecimento obedecem a regras bem definidas, ao abrigo do estatuto da Região Demarcada das Aguardentes Vínicas da "Lourinhã", estabelecido pelo Decreto-Lei nº 323/94 de 29 de dezembro. A Região Demarcada da Lourinhã tinha sido criada dois anos e meio antes, pelo Decreto-Lei 34/92 de 7 de Março. (...)
representantes da região de Armagnac estiveram de visita à Adega Cooperativa e, numa prova cega, elegeram a aguardente portuguesa como a melhor, em comparação com as suas homólogas francesas. (...)
Ao criar a Real Companhia Velha, no século XVIII, o Marquês de Pombal sabia o que tinha ali: durante dois séculos, o vinho do Porto foi feito com aguardentes made in Lourinhã.
Os mais velhos da terra lembram-se dos tempos em que havia "uma destilaria em cada esquina" - eram 32 quando se constituiu a Adega Cooperativa, em 1957. Os produtores do Porto asseguravam um fluxo contínuo do negócio e durante muito tempo o néctar da Lourinhã diluiu-se na mais internacional e cotada das bebidas espirituosas de Portugal. mas na década de 1980 passou a ser obrigatório usar aguardentes da região de produção e as aguardentes de vinho verde entraram em cena. Hoje, a Lourinhã só tem uma destilaria. (...)
A aguardente da Lourinhã não é um bem de consumo maciço e até há algum tempo era preciso procurar para a encontrar. (...)" Mas agora também está disponível n' A Vida Portuguesa.
Dia de Reis
Último dia para viver o Natal no Chiado. Última hipótese para espreitar a mostra colectiva “Pop Up Natal no Chiado” e as obras de mais de duas dezenas de artistas, nacionais e estrangeiros. Última oportunidade para desfrutar das provas do espaço Vinhos de Lisboa (às 18h30 na antiga Pastelaria Marques). Para aprender com os especialistas, degustar vinhos desta região de características únicas e ficar a saber tudo sobre a explêndida Aguardente da Lourinhã.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
How to Spend It
O Financial Times rendeu-se aos encantos do Porto, "where the streets echo with vibrant culture and the footsteps of locals at play". E desta vossa loja. "(Bordalo) Pinheiro was famous for his andorinhas - ceramic swallows - and it is this emblem that another boutique, A Vida Portuguesa, has adopted. Opened here in late 2009 after its flagship met with massive success in Lisbon, it specialises in original Portuguese designs that have survived the test of time, from olive oils to charming tin animals. It also sells the wonderful hand-milled sopas of Claus Porto, in the same glorious retro packaging they've had since 1887." Por Mary Lussiana. A Vida Portuguesa, Rua Galeria de Paris 20, 1º andar.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Prolongamento da Vida
Ana Garcia Martins veio conhecer o segundo andar do número 13: "A Vida Portuguesa - igualmente conhecida por "a loja de Catarina Portas" - resolveu alargar os seus domínios. Agora, para além de ocupar o número 11 da Rua Anchieta, o espaço está também no segundo andar do número 13. Pelo estado decrépito do prédio ninguém diria, mas é mesmo verdade. Só tem de seguir as andorinhas coladas na parede e vai lá ter sem enganos.
O conceito de produtos típicos portugueses mantém-se, agora mais voltado para a casa e para a decoração. Há peças do museu do Estuque (é a única loja em Lisboa a comercializá-las), uma vasta colecção de cestos de verga, brinquedos e livros infantis, tapetes de trapos, loiça Secla e Bordallo Pinheiro, azulejos Viúva Lamego ou peças de melamina (plástico que está na base de algumas peças do designer Phillipe Starck).
Para Catarina Portas, este espaço temporário (fecha portas no final de Janeiro) é uma boa forma de testar o mercado. "Isto não é propriamente uma loja, é uma experiência. Acho interessante tentar perceber se nossa freguesia tem interesse neste tipo de produtos. Faz sentido fazê-lo nesta altura do Natal, para podermos oferecer uma maior selecção."
A Vida Portuguesa, R. Anchieta, 13. Aberta até final de Janeiro."
"Lisboetas nas notícias"
A revista "Wallpaper", referência mundial em design, moda e arte, dedicou o número de Janeiro aos talentos globais do futuro. E elegeu Catarina Portas como um deles.
Há mais ou menos um ano Catarina Portas era eleita pela revista Monocle como um dos 20 heróis globais que, segundo a revista, merecia um palco maior. Agora a Wallpaper acrescentou umas tábuas ao palco já grande onde a empresária tem brilhado. Importa dizer que a Wallpaper não é uma revista qualquer. E uma referência mundial em design, moda e arte e não elogia por elogiar. No número de Janeiro de 2011 decidiu olhar para as grandes tendências e talentos do futuro. E chamar empreendedora a Catarina Portas.
Depois a revista conta a história que já conhecemos: um dia a empresária que já foi jornalista e a quem gostamos de chamar bicho carpinteiro (porque, com o devido respeito, não consegue estar quieta muito tempo) deu conta de que muitos produtos locais ainda eram vendidos nas embalagens e formatos originais, datados de 1920 a 1960. Daí a abrir a loja A Vida Portuguesa foi um salto.
Nos últimos tempos, coisa que a Wallpaper também sabe, tem-se dedicado a recuperar e abrir quiosques na cidade. "Pequenos cafés que servem pastelaria e bebidas tradicionais, como leite perfumado e que funcionam em quiosques que são imagem de marca de Lisboa", diz a revista.
E o que é que Catarina Portas diz? Que esta referência tem uma certa ironia. "Quando comecei este projecto foi um bocadinho contra o espírito Wallpaper. Nessa altura eles davam a entender que para se ser interessante era preciso ser muito moderno." Mas hoje faz as pazes com a revista. E declara: "Isto é que foi um Bom Natal." Ângela Marques
Legenda: A prova do crime Catarina Portas foi fotografada à frente do seu quiosque do Príncipe Real para a "Wallpaper". Time Out, 29 Dezembro 2010
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Ano Novo, Agenda Nova
Hoje A Vida Portuguesa (tanto em Lisboa como no Porto) está ocupada a inventariar mas amanhã volta a abrir as portas (com o horário habitual, entre as 10h00 e as 20h00).
O ano novo quer-se cheio de inspiração, cor e humor. Dia a dia. Como esta agenda Planeta Tangerina, a companhia ideal para 2011. Felizes 366 dias!
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