sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Suave barbear

A Vida Portuguesa voltou verdadeiramente inspirada de um périplo por alguns dos nossos fornecedores que também são fábricas antigas do norte do país. Como a Semogue, que há sete anos atrás passava dificuldades e agora se afirma pujante nos negócios. É a recompensa pelo esforço da única marca portuguesa produtora de pincés de barba. É a recompensa pelo esforço em busca da excelência.




É na Granja, no mesmo edifício que a viu nascer em 1955, que a Fábrica de Pincéis da Barba Semogue continua a laborar. Empresa familiar, conservou todo o saber da manufactura e continua assim a fabricar os modelos tradicionais de pinceis, seja os mais requintados em pelo de texugo sob a marca Excelsior (resistem a dez anos de uso), seja os mais comuns de cerda (3 a 4 anos). Instrumentos ideais ainda hoje para homens que gostam de rituais e conhecem o segredo benéfico de uma massagem suave no rosto na melindrosa operação diária do barbear.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Um génio multifacetado



Dos primeiros esboços à criação do Zé Povinho, do momento em que se apaixonou pela faiança à fundação em 1884 da fábrica que haveria de carregar o seu nome. E por aí fora, o génio de Bordalo Pinheiro em destaque no mais recente número da revista Mutante.

Bandos de fazer a primavera

Em 1891, Rafael Bordalo Pinheiro moldou em cerâmica alguns exemplares de andorinhas, ainda hoje suspensas no tecto da Tabacaria Mónaco, no Rossio, em Lisboa. Entusiasmou-se e largou um bando delas em pratos, adornos e azulejos também. A representação desta ave bela e alegre, valente e fiel, tocou o coração português: ao longo do séc. XX o artesanato popular apropriou-se das andorinhas e vulgarizou-se o seu uso a decorar fachadas, varandas e interiores domésticos em todo o país. Mais de um século de afeição a atestar este objecto simbólico e decorativo como um absoluto ícone português. A VIDA PORTUGUESA comercializa ambas as versões de andorinhas, as populares e as originais, reeditadas especialmete em 2006 segundo os moldes originais das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro.

A andorinha Bordalo Pinheiro, um exclusivo da marca A Vida Portuguesa, em quatro tamanhos diferentes. Os preços variam entre os €7.00 e os €17.00 sem caixa e os €9.00 e os €19.00 sem caixa, na nossa loja online.

Dos teares de Maçaínhas



A revista Mutante foi desvendar o processo de fabrico dos nossos Cobertores de Papa. O relato, na voz de Maria Pratas, é pessoal e tocante:

"Tempo de frio. Na rua cheira a lareira que queima a lenha apanhada na serra durante o verão. Ao final do dia, agora noite, corremos para casa, arrastando agasalhos que trazemos no corpo e que parecem não ser suficientes. Cruzamo-nos com o pastor, com o cão e com as ovelhas churras, poucas e em vias de extinção, que servem para dar leite, porque a lã já quase ninguém a quer. As ovelha, no inverno, não se importam de deixar a serra e ficar nas terras baixas e nós não nos importamos de vir até às terras altas, as da Serra da Estrela. Acabamos juntos o resto do caminho até casa. O gado fica na loja e nós, subimos ao andar da casa onde escolhemos ficar uns dias, em Maçaínhas, perto da Guarda.

"Se a lã protege as ovelhas, também nos protege o corpo" e o "que nos guarda do frio, guarda-nos do calor"... e assim é. Aqui é a lã que cobre a cama. Sobre lençóis está um cobertor de papa. Dizia ela que "de noite o calor tinha peso". Eu acho que o peso era para eu não me levantar até de manhã...

E assim foi.
O cobertor de papa é também conhecido por manta lobeira ou cobertor de pêlo, por ser tecido com fio de lã churra de ovelha, uma lã grossa, mas macia. É produzido na Fábrica de Cobertores, fundada em 1966, por José Freire. Fica à beira da estrada, a caminho de Maçaínhas, num edifício velho e é hoje a última no país a fabricá-lo de forma artesanal. O último tecelão de cobertores de papa é o senhor Manuel Gonçalves.
Homem de muita idade, sentado no tear dedica-se, durante o verão, à tecelagem das mantas que se venderão durante o ano. Não o conhecemos, mas reconhecemos que das suas mãos sai arte em lã. A tecelagem destes cobertores é um processo complicado, as máquinas parecem geringonças, mas é uma arte. regista-se que a sua produção começou com D. Sancho II e que no princípio do século XX havia uns dez teares; nos anos 40 chegaram a ser mais de 30, só em Maçaínhas. Eram o sustento da família e, por isso, toda a aldeia fazia cobertores de papa quentes, densos e felpudos.
O seu fabrico passa por diversas fases: a lã é comprada aos pastores locais, é enviada para a fiação e só depois entra na fábrica já transformada em fio. É tecida num grande tear manual de madeira e depois segue para o pisão (máquina onde se aperta e pisa o tecido de lã, para o tornar mais macio e apertado, dando-lhe também mais consistência e compactagem) para lavar e feltrar, depois vai à carda (pente com dentes compridos e que serve para desembaraçar) para puxar o pêlo. de seguida, os cobertores são cortados e vão à râmbula (peça em ferro onde se prendem para ficarem com uma determinada medida). A sua produção é realizada nos meses mais quentes, a água fria do inverno é insuportável e os cobertores devem secar com bom tempo para garantir que a lã fique bem seca e ficarem mais direitos.
Um cobertor de papa pesa aproximadamente três quilos e tem as dimensões 2,40 m de comprimento e 1,70 m de largura. Distingue-se pelo pêlo comprido, pode ter uma só cor branco, a cor "barrenta" (branco e castanho) ou pode ter riscas de cor azul, verde e vermelho (destinado ao norte do país) ou fabricado com riscas de cor castanho, amarelo, verde e vermelho (mais típico do Ribatejo).
Por último, o cobertor é embalado e leva a etiqueta Freilã - cobertores e mantas de papa. 100% pura lã virgem.

Nós voltámos para casa com um cobertor de papa de riscas e novo, para juntar ao que era da minha avó, branco mas velho, porque duram uma vida. Ou duas. Ou mais.

A Vida Portuguesa

Rua Anchieta 11
1200-023 Chiado, Lisboa
Tel: + 351 213 465 073

Rua Galeria de Paris 20 - 1º
4050-162 Clérigos, Porto
Tel: + 351 222 022 105"

Cobertores de Papa



À consideração do próximo eleito para a principal cadeira do Vaticano. Ou de quem quer que queira um abraço feito de lã:

COBERTORES DE PAPA. Perto da Guarda, uma região cuja produção têxtil foi impulsionada pelo Marquês de Pombal, a aldeia de Maçainhas já viveu da fabricação destes cobertores outrora muito populares. Fundada em 1966, a Fábrica de Cobertores de José Freire é hoje a última no país a produzi-los. Sazonalmente, no Verão, a lã churra, grossa e comprida de ovelhas locais, é fiada e tecida num velho tear inteiramente manual. Vai ao pisão para lavar e feltrar, depois à máquina de cardar, que lhe puxa o pelo, sendo por fim esticadas para secarem ao sol. Só assim se obtém o verdadeiro cobertor de papa, consistente e muito quente, seja de cor lisa ou padrão colorido, com o seu característico pêlo comprido. Disponíveis na loja online.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

What About Lisbon



"A VIDA PORTUGUESA sells and tells the story of old products created and manufactured in Portugal, keeping them from disappearing amid the massive retail of malls and hypermarkets nowadays. From canned food with vintage packages to the perfume our great parents used, it gives a bit of the taste and the colors of daily life in the years of dictatorship...For us a world of saudade, for you the perfect place to buy retro local souvenirs." What About Lisbon

Dos achados desta Vida


Lançada no mercado em Junho de 1932, a pasta Couto “anda na boca de toda a gente” desde então, como apregoava a sua publicidade. De sabor extraordinariamente fresco e mentolado, a sua fórmula foi criada por Alberto Ferreira do Couto, gerente de farmácia, em parceria com um amigo dentista. E tem ainda a particularidade de, ao contrário da concorrência, não ser testada em animais. Situada até há pouco no centro do Porto, a Fábrica Couto especializou-se sempre em produtos de higiene, sendo também responsável por outro popular e característico produto, o Restaurador Olex. Ambos os produtos protagonizaram campanhas publicitárias televisivas memoráveis, marcos da história da publicidade em Portugal.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

No início era... a pesquisa



"Comecei a imaginar livros que gostaria de fazer. Pensei num livro sobre a vida quotidiana em Portugal no século XX, que tanto influencia o país que somos e que a minha geração tanto desconhecia (as coisas mudaram entretanto, levantou-se a tampa do alçapão do passado, ainda bem). Lembrei-me de fotografar uma dispensa de época e de um shopping que tinha feito para a Marie Claire, baseado nas crónicas A Causa das Coisas, do Miguel Esteves Cardoso, com esses tais produtos antigos que ele glosava no Expresso. E quando comecei a investigar as marcas, fábricas e produtos antigos portugueses confirmei que uma quantidade de produtos ainda existiam com embalagens originais (dos anos 20 a 60 do século passado, pois tivemos um mercado muito fechado e pouco concorrencial durante o regime salazarista).
Mas também percebi que muitos destes produtos, face a novos concorrentes importados, estavam a desaparecer rapidamente. Ora, eu sempre lhes achei graça, como relíquias do quotidiano do país. O primeiro impulso foi essencialmente egoísta: eu não queria que eles desaparecessem. E comecei a fazer um exercício de imaginação. Como tornar apelativos estes produtos para um novo público? Imaginei agrupá-los em caixas temáticas, com um livrinho que lhes contasse as histórias. Poderia ser este design histórico do quotidiano, tão ingénuo e divertido, uma vantagem no mundo actual, onde o design está tão (sobre)valorizado? Seria possível passar estes produtos quase esquecidos nas drogarias e nas mercearias para um outro mercado, o das lojas de design e de museus? E, graças a esse novo público, valorizar e ajudar a salvar a manufactura portuguesa? Funcionou." Catarina Portas

"Shopping" Marie Claire



"Saudades. Quisemos comemorar o quotidiano de Portugal, se nos dão licença. Por uma vez, lembrar as marcas registadas na memória que em bisnaga, frasco, garrafa, caixa, pacote ou lata desde sempre e ainda hoje comercializam saudades. Marcas que não mudaram desde a primeira vez que com elas travámos conhecimento ao subir para o banco da despensa da infância. São sobreviventes da mercearia da esquina e poucas se exibem nas prateleiras desmesuradas dos supermercados. Por isso procurámos em tascas, nos lugares, nos cafés, nos sapateiros nas drogarias. E encontrámos um verdadeiro cabaz de compras nostálgico a conservar urgentemente por um Instituto Portuês do Património Comercial. São embalagens antigas, ingénuas e bonitas que respondem a nomes de valor como "Vigor", "Risonho", "Coração"; "Sagres", "Lusitanos", "Viriato" ou ainda "Primor", "Favorita", "Predilecta". Nomes destes não se inventam, marcas destas não se esquecem. A 10 de Junho lembre-se de Portugal, quotidiano e familiar como sempre foi, tão perto do nosso coração, com uma alma grande como o mundo. Shopping, de Catarina Portas." Revista Marie Claire.

"Una Lisboa que muda de piel"



Quando o El País descobriu A Vida Portuguesa: "Una tienda también puede ser un espacio de búsqueda de la identidad y el alma portuguesa. Un rincón para recuperar marcas que siguen vivas en la memoria. Ése es el espíritu que anima a Catarina Portas (Lisboa, 1969), fundadora de A Vida Portuguesa, una original tienda en una pequeña calle del Chiado.
Explica la propietaria que el proyecto nació con la voluntad de hacer inventario de las marcas que han sobrevivido con el paso del tiempo, con la intención de revalorizar la calidad de los productos portugueses artesanales y el deseo de dar a conocer Portugal de una manera diferente.
Los anaqueles de A Vida Portuguesa combinan ingredientes de tienda de ultramarinos, de droguería y de colmado con una estética más actual. El resultado es sugestivo. La lista de productos es abundante: latas de conserva Tricana, de la Conservería de Lisboa (casa fundada en 1930); harinas Zelly, con el envoltorio original de 1934; la crema Benamor, "adorable producto de belleza", en el mercado desde 1928; jabones Confiança, envueltos en el papel original de los años treinta; brochas de afeitar Semogue, fabricadas con pelo de tejón por una empresa familiar en activo desde 1955; y las populares Andorinhas (golondrinas) de cerámica, creadas en 1891 por el artista Rafael Bordalo Pinheiro.
"Los portugueses tenemos poca autoestima, excepto en el fútbol y en la comida", asegura Catarina Portas, que dejó el periodismo diario después de 15 años y tras haber viajado por medio mundo. "Hasta que un día empecé a mirar a mi país con los mismos ojos que miraba la India". Hace cuatro años lanzó la marca Uma Casa Portuguesa, y hace dos nació A Vida Portuguesa como marca y tienda. Una investigación periodística fue la plataforma que catapultó su giro profesional. Decidió comercializar algunas marcas y productos sobre los que indagaba, y llegó a acuerdos de comercialización con algunos fabricantes."

Armários, precisam-se



Procura-se! Para um projecto novo A Vida Portuguesa procura com urgência para comprar MÓVEIS ANTIGOS DE LOJA (mercearia, drogaria, ferragens, alfaiate, tecidos, farmácia, etc) OU de armazém, escritório, fábricas, escola, etc... Armários, prateleiras, balcões, mesas, moveis de gavetas, são bem vindos. Podem estar intactos ou estragados, recuperados ou por recuperar. Por favor enviar email e se possível fotos e medidas para lojalisboa@avidaportuguesa.com Obrigada!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O amor é d' ouro


Tradicionais do Norte de Portugal, as Medalhas de Amor são cunhadas e esmaltadas na aldeia de Travassos, o coração da produção de ouro minhoto português. Dizem "Amo-te", "Deus te Guie" ou Lembrança de Namorado/a" e ficam lindas suspensas em fitas de cor.

A história da extraordinária ourivesaria minhota confunde-se com a de Travassos, perto da Póvoa do Lanhoso, uma “aldeia-oficina” na qual todas as famílias estão ou estiveram ligadas à actividade da ourivesaria e onde se afirma, com base num saber contado, que aqui “nasceu a ourivesaria em Portugal”. Apesar da crescente industrialização do trabalho do ouro, persistem ainda cerca de 40 oficinas tradicionais, que herdaram o saber e a arte que reluzem nas peças tradicionais: os brincos de bambolina, as argolas de requife, as contas olho de perdiz, as laças, as borboletas, as ingénuas medalhas de dizeres e, claro, os típicos e opulentos corações de filigrana. Não esquecendo o soberbo trancelim de lantejoulas de ouro, há 2.000 anos assim fabricado em Portugal. Todas as peças de ourivesaria seleccionadas por A Vida Portuguesa vêm do Museu do Ouro de Travassos, exemplar projecto de memória e estímulo da ourivesaria minhota.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O Carnaval cheira a sabonete


Depois ou antes da folia propriamente dita, o Carnaval também pode ser celebrado com um banho de imersão ou um duche refrescante... Como prova o sabonete com o mesmo nome da linha Fantasia da Ach. Brito/Claus Porto. À base de essência floral de madressilva, com um aroma doce, rico e cativante. Que continua a ser embalado manualmente, com acabamento de lacre, num belíssimo rótulo seleccionado do arquivo centenário da fábrica de sabonetes nortenha. Para um entrudo perfumado.


Incluindo manteiga de carité natural, os sabonetes Claus Porto hidratam, protegem, suavizam e rejuvenescem a pele. São moídos sete vezes, o que lhes confere uma consistência e espuma cremosas, além de impedir que se partam ou abram fissuras com facilidade.
Claus Porto é a marca premium da Ach. Brito, a mais antiga fábrica de sabonetes e perfumes portuguesa, fundada em 1887. Uma assinatura que é hoje sinónimo de luxo em todo o mundo, pela sua beleza e pela sua qualidade. E que continua a fazer juz ao lema "o passado cheira a sabonete".

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A identidade como conceito

Fotografia © Augusto Brázio

A agência noticiosa EFE elegeu as mais especiais "concept stores" lisboetas. Espaços comerciais que não se limitam à transacção "entrar-comprar-sair mas se desfrutam e conseguem que o usuário se sinta especial". Lojas que oferecem uma experiência acrescida aos seus visitantes. Como A Vida Portuguesa.

"Em Lisboa, a loja A Vida Portuguesa seduz a sua clientela com a "identidade" dos produtos tradicionais do país. A sua criadora, Catarina Portas, interessou-se pelas marcas portuguesas "de toda a vida" - que mantiveram ou se inspiraram em embalagens antigas e que não se encontravam à venda em qualquer grande superfície. Era importante que fossem pequenas empresas que "contassem uma história e tivessem experiência", disse Portas à agência EFE.

Da venda destes produtos em cabazes, em 2007 passou à procura, no bairro lisboeta do Chiado, de um espaço que também representasse a sua filosofia, e encontrou-o num antigo armazém, abandonado desde os anos oitenta, e no qual praticamente não tocou.

"Uma das principais diferenças em relação a um centro comercial é o espaço e a forma como se conserva. Mantive a distribuição e o traço antigo e histórico, porque queria provar que é possível não ter de destruir para ter uma loja de êxito hoje em dia", explica a jornalista sobre o espaço (outro valor que serve como diferenciador para as "concept stores").

A loja de Catarina Portas não é frequentada só por clientes idosos a comprar produtos que desapareceram nos pequenos comércios de bairro, mas também por estudantes de belas artes e estrangeiros, por exemplo. Uma confirmação que "não se vende só por melancolia de quem já conhecia os artigos, mas por representar uma identidade diferente".

"Não é só a moda do 'vintage', mas a diferença que se encontra entre os produtos locais, um equilíbrio fundamental para o mundo global em que vivemos", diz a empreendedora. Apesar de não vender conhecidas marcas internacionais, Portas considera que os seus produtos também são de luxo. "Hoje em dia, acho que ter um bolso de linho bordado à mão é um luxo pelo trabalho e a história que o precede".

Através do êxito de suas lojas, uma na capital (que facturou um milhão de euros no ano passado) e outra no Porto, relançou por exemplo as "Andorinhas" Bordalo Pinheiro, um dos seus produtos mais procurados. Vendem cerca de 10.000 unidades por ano, "de um produto que a fábrica quase não vendia".

"Fizemos um trabalho que repercutiu na sua venda, mas sobretudo no seu posicionamento e na sua valorização", opina a dona de uma loja cujo conceito "de identidade, mas não de nostalgia" foi reproduzido ao longo do país, em estabelecimentos "gourmet" ou de artigos para turistas.
No entanto, estas imitações não a preocupam porque ajudam a cumprir o objectivo a que se propôs: que os cobertores da região do Alentejo, as ovelhas de lã da Serra de Montemuro ou os produtos de folha-de-flandres (usada na latoaria) do norte do país, não desapareçam." Entrevista de Ana Aranda para a EFE. E daqui para a secção de economia de El País.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Amor



É o mês dele. Mas não serão também todos os outros?
Ilustração de Laura Costa.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A antropologia do gosto

Anthropologie, a marca norte-americana que já comercializava a pasta medicinal Couto, escolheu Portugal como cenário para o seu catálogo de 2013. E é facilmente compreensível que se tenha perdido de amores pelas cerâmicas portuguesas, o colorido dos nossos azulejos, as conservas Luças, os biscoitos Paupério, os bordados de Viana do Castelo, o jogo do Rapa e do Pião. E, por fim mas sem ser de somenos importância, as caixas d' A Vida Portuguesa e o nosso exclusivo sabonete Tamariz da Confiança.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Há vida para além da rolha

"But cork is not about to sink into oblivion. Cork trees are protected in Portugal, and there are European programs to help growers plant new stands. The once-sleepy cork industry is wising up about trumpeting its environmentally sound pedigree. Portugal’s cork exports, about 60 percent of the world trade, bounced back to more than €800 million this year and last from depressed levels during the financial crisis. Cork is not cheap, but “if you are thinking of a sustainable material for” a high-profile building like a corporate headquarters, then cork is a good option said Rui Barreira, a forest officer for the World Wide Fund for Nature in Portugal." The New York Times

Qualquer semelhança com os bonecos de voodoo não é mera coincidência. Este pino é uma peça decorativa para afixar recados, lembretes e mimos para o próprietário ou outrém, está mesmo a pedir umas alfinetadas. Engenhosa e divertida, esta é uma das mais encantadoras criações em cortiça que vimos nos últimos tempos. Para alfinetar de forma minimalista ou colorida, como vingança do stress do dia-a-dia ou depósito de uma ou outra raiva mais difícil de direccionar. Para as mais variadas necessidades de apaziguação, um pino provido até mesmo de um coração.

Uma peça desenhada por Daniel Caramelo para a Corticeira Amorim, a maior empresa transformadora de produtos de cortiça do mundo. Integra o projecto "Cork by Amorim", em que se pediu a diferentes designers e criadores que contribuissem com uma nova visão deste material nobre do sobreiro. A prova de que há vida para lá da rolha.

Continuando a reinventar a rolha: criativa base para quentes, reutilizando rolhas de garrafa usadas, "recolhidas em vários restaurantes, que amavelmente as juntam" (de acordo com quem amorosamente a faz). A cortiça é famosa pela sua resistência a toda a prova, enfrentando estoicamente os mais quentes fundos de panelas e/ou afins. E se Portugal é o maior produtor de cortiça no mundo, faz sentido reutilizá-la com elegância e engenho.