terça-feira, 13 de abril de 2010

La vie portugaise

Le Petit Journal, "le media des Français et francophones à l'étranger" lançou-se à descoberta da loja do Chiado, dos produtos que representam "la mémoire de diverses générations de portugais qui ont mis leur savoir au service d´un produit typique et souvent unique". "Passionnée par le thème de l´identité portugaise elle (Catarina Portas) présente là le résultat d´une recherche sur les produits portugais du passé." O artigo, que inclui excertos de artigos da imprensa francesa sobre a loja, está todo aqui.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Páginas tantas

A TSF registou os sons de um centro de impressão digital, tipografia e offset. Não um centro qualquer mas um centro com história, que também responde pelo nome "Papelarias Emílio Braga". Falou com António Spínola, o director e herdeiro da tradição do verdadeiro caderno português, e com Ana Sofia Freitas sobre a feitura de um artigo que é mesmo muito especial.

O jornal i também espreitou recentemente o processo de produção do "rival português dos Moleskine" e descobriu que "ainda se usa cola de farinha com água. Uma das máquinas de coser é de 1914. O processo chama-se encadernação de galocha - o mesmo que muitos de nós aprenderam nas aulas de Trabalhos Manuais. Daí o nome por que os livros ficaram conhecidos, logo desde 1918, quando Emílio Braga começou a produzi-los: galocha."

Foi na Rua Nova do Almada que Emílio da Silva Braga fundou aquela que viria a ser considerada uma das melhores papelarias da cidade da época. Quase um século mais tarde, a Emílio Braga Lda, agora nas mãos da quarta geração, continua a fabricar o mais emblemático dos seus produtos: a famosa “galocha” (do francês Galuchat). Trata-se de um caderno de bolso, distinto e característico com a sua lombada e cantos reforçados em tecido colorido, de produção totalmente artesanal.

Actualmente, a Emílio Braga está empenhada em expandir o seu leque de oferta e desenvolveu para A Vida Portuguesa uma colecção de cadernos originais, numa edição especial e exclusiva. Traz as 100 folhas do costume, mas agora em versão de capa estampada, com belíssimo papel de embrulho de outras décadas. O interior é liso em todos eles, mas cada qual traz uma folha mais espessa separada, para servir de guia à transparência, seja para linhas ou quadriculado. Porque o futuro escreve-se por linhas direitas. O da Emílio Braga, pelo menos.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Miminhos para o Japão

Não é surpresa para A Vida Portuguesa que os chinelos portugueses possam ser "big in Japan". Nem que o trabalho especializado e dedicado da Naturlã, de Mangualde da Serra, seja reconhecido internacionalmente.

O artigo de Kathleen Gomes para a Pública de 28 de Março, relata "a versão curta de como os chinelos de uma aldeia portuguesa foram parar ao Japão. E (...) deram origem a um projecto de importação e comercialização de produtos seleccionados portugueses no Japão, baptizado Miminho (porque, sendo uma palavra portuguesa, é de fácil pronúncia para um japonês) (...).

Os chinelos nem são a actividade principal da Naturlã. A empresa só começou a executá-los para aproveitar as sobras das mantas e cobertores de lã. Yumi Shimizu, business developer de marcas portuguesas no Japão, explica que além de serem um produto ecológico, os chinelos são peças únicas. Não há um único chinelo que seja igual a outro, diz. Por vezes, até no mesmo par existem milímetros de diferença. Foi precisamente essa imperfeição que atraiu os três amigos que formam a Miminho. Não é muito o género de peça que se veja aqui. O Japão é a cultura da perfeição."

Com toda a sinceridade, esta é uma das partes mais interessantes do nosso trabalho: a descoberta de pérolas esquecidas (também consideradas imperfeitas ou fora de moda) e o encontro com artesãos que ainda trabalham com o coração. Por isso continuamos a percorrer o país, de norte a sul, a procurar, investigar e escolher os mais belos produtos de criação e antiga fabricação portuguesa. Genuínos e deliciosos, perfeitos e essenciais. Para descobrir as suas características invulgares e partilhar (também aqui) as suas curiosas histórias.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sabedoria sazonal

Sabia que Abril é o mês de plantar "espargos e morangueiros"? Bem como abóbora, batata, melão, melancia, cebola, pepino e tomate. Que é altura de "fazer os tratamentos contra o míldio e o oídio" na vinha? Que amanhã é o "Dia Internacional dos Monumentos" e dia 23 o "Dia Mundial do Livro". Muito para fazer, tanto para comemorar, antes mesmo de chegar a 25. Sabedoria prática, para o ano todo, por tuta e meia, aqui...

O DN não precisou de recorrer aos astros para lhe adivinhar a história. "Dirigida por Célia Cadete, a publicação vem de longe. Segundo Manuel Viegas Guerreiro e David Pinto Correia, professores da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o primeiro escrito em português foi o Almanaque Perdurável (Séc. XIV). Antes do Verdadeiro Almanaque Borda d'Água, existiu O Velho Borda d'Água, pela Livraria Barateira."

Nos dias que correm, o velhinho almanaque da Editorial Minerva, até tem um blogue e adapta-se às ralações dos tempos modernos: "o almanaque do velho da cartola, meteorologista da época que pendurava a folha que traz debaixo do braço na margem do rio, com alfinetes ou molas, também se preocupa com o aquecimento global e as alterações climáticas." Afinal, o importante é ouvir o ritmo das estações.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Havemos de voltar a Viana

A Vida Portuguesa encontra-se hoje em Viana do Castelo, a desfrutar de um dia magnífico, a visitar amigos de longa data (também há quem lhes chame fornecedores) e a fazer novos. A ver com que linhas se cozem os produtos do futuro...

Lenços de namorados, trajes típicos, filigrana, há tanta riqueza neste cantinho de terra! E, como explica Manuel Freitas ao jornal i, "o importante da tradição é vivê-la". Num artigo de Marta Cerqueira, em que se comprova que "a identidade alastrou e a moda minhota é já tendência nacional. Brincos, lenços ou peças do traje típico minhoto fazem parte de muitos guarda-roupas em todo o país."

A quem, como nós, passar por Viana recomendamos uma visita ao Museu do Traje da cidade, na Praça da República. Criado em 1997 e reaberto em 2009, com uma nova galeria e um trabalho intenso de estudo e divugação. Exibe uma exposição permanente dedicada aos elementos do trajar, como convém, e outras temporárias sobre "diferentes aspectos da cultura popular rural vianense". Como a actual, "O traje à Vianesa, uma imagem da nação", de tirar o fôlego. Um espaço de homenagem às mãos que bordaram, de uma maneira ou de outra, uma cultura muito nossa.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Para colar e voar

As andorinhas autocolantes de A Vida Portuguesa marcam presença no último número da revista L+arte. Num artigo de Robin Fior que é "um olhar sobre o design em Portugal nos últimos dez anos. Uma boa década, com mudanças na sua percepção, recepção e divulgação. (...) Nas outras artes do corpo e da moda - sapatos, carteiras e acessórios - há provas da "movida". E temos a Casa Portuguesa de Catarina Portas a reeditar produtos dos anos 20 e 30, tornando a pesquisa académica numa mais-valia."

As andorinhas-para-colar são a actualização contemporânea de uma tradição popular. Colam-se (e descolam-se) com agilidade, em paredes interiores ou exteriores e vidros, e estão disponíveis em vários tamanhos, permitindo composições ao gosto e à mercê da imaginação de cada um. Um produto exclusivo da marca A Vida Portuguesa.

A andorinha é uma das aves mais comuns em Portugal, seja no céu ou estilizadas em barro ou cerâmica, suspensas em varandas e fachadas. Terá sido ao longo do século XX que a andorinha caiu definitivamente no goto popular, tornando-se um verdadeiro ícone nacional e identificando qualquer casa portuguesa. Talvez porque sejam aves viajantes e saudosas (regressam ano após ano ao mesmo ninho), corajosas e desembaraçadas, simbolizando um povo, de forma alegre e romântica.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Quem parte e reparte...

... e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte". Por isso o apresentador Andreu Buenafuente deu ao realizador Pedro Almodóvar "o cão horroroso" e ficou com a bela caneca Estoril da SECLA. Quem o pode censurar?...

Criada em 1947 nas Caldas da Rainha, cidade de larga tradição cerâmica, a Secla afirmou-se desde o início como uma empresa inovadora, apostando numa produção moderna e dando primazia ao design.

Concebendo louça utilitária para uso doméstico, virou-se desde logo para a exportação para o mercado norte-americano e europeu. Em paralelo, nos anos 50 e 60, desenvolveu um projecto pioneiro: o fundador, Joaquim Pinto Ribeiro, desafiou artistas plásticos e arquitectos para, no Estúdio Secla, explorarem ideias em peças únicas e pequenas séries.

A fábrica encerrou em 2008 mas A Vida Portuguesa continua a vender, em exclusividade, alguns modelos reproduzidos de originais dos anos 50-60. Peças para coleccionar. Canecas, leiteiras e jarros, tão modernos ontem como hoje.